COP 10 - Monitoramento por satélite na Amazônia é modelo para outros países
O programa de Monitoramento da Amazônia por Sensoriamento Remoto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é considerado um dos mais modernos do mundo. O programa tornou-se fonte de referência para o monitoramento de florestas tropicais e agora a tecnologia utilizada no Brasil também servirá de modelo para outros países.
O programa é composto por quatro sistemas operacionais e complementares: Prodes, Queimadas, Deter e Degrad. O Prodes é operado pelo Inpe desde 1988, para estimar a taxa anual do desmatamento por corte raso, quando ocorre a retirada total da cobertura florestal. Este sistema identifica áreas de corte raso maiores que 6,25 hectares. Não registra as derrubadas parciais da floresta resultantes de queimadas e de extração seletiva de madeira. Com 20 anos de funcionamento, o Prodes é considerado o maior programa de acompanhamento de florestas do mundo, por cobrir 4 milhões de km2 todos os anos.
Porém, os dados do Prodes não são suficientes para ações de prevenção e de fiscalização, devido ao tempo que levam para ser produzidos e por incluir apenas as áreas de corte raso. Por isso, a partir de 2004, o Inpe implementou o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), para monitoramento contínuo do desmatamento e da degradação florestal. O sistema foi criado para atender ao Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), iniciado em 2003.
O Deter fornece a localização e a dimensão aproximada de novas ocorrências de mudanças na vegetação para auxiliar ações de fiscalização e controle do desmatamento. “O Deter usa um conceito de desmatamento mais abrangente do que o do Prodes, incluindo tanto o corte raso quanto as ocorrências de degradação florestal”, explica Dalton Valeriano, coordenador do Programa Amazônia, do INPE.
Para obter maior rapidez em suas medidas, diz ele, o Deter utiliza satélites que cobrem a Amazônia com maior frequência, mas cujas imagens têm menor resolução espacial. Em conseqüência, as medidas do Deter são menos detalhadas que o Prodes.
Queimadas e degradação
Adicionalmente, o Inpe mantém, desde 1985, um sistema operacional de monitoramento de queimadas por satélite. O instituto desenvolveu metodologias e programas para identificar focos de calor em 11 imagens de satélites de baixa resolução.
Em 2008, o Inpe desenvolveu o sistema Degrad, em função das indicações do crescimento da degradação florestal da Amazônia obtidas a partir dos dados do Deter. Trata-se de um novo sistema destinado a mapear áreas em processo de desmatamento, onde a cobertura florestal ainda não foi totalmente removida. O objetivo deste sistema é mapear em detalhe áreas de floresta com tendência a ser convertida a corte raso. Estas áreas não são computadas pelo Prodes.
Pioneirismo brasileiro
O Brasil foi um dos primeiros países a ter dados orbitais de observação da Terra, em 1973. Desde que começou a receber imagens do satélite Landsat, da Nasa, o Inpe está de olho na cobertura florestal da Amazônia. No final da década de 1970 ficou pronto o primeiro mapeamento completo da região, que revelava o avanço do homem pela floresta causado pela construção de estradas, novas cidades e pela expansão da fronteira agrícola.
Nos últimos anos ganhou força outro tipo de exploração da floresta, em que é retirada apenas a madeira de maior valor econômico. Com isto a floresta se torna mais vulnerável, a vegetação mais baixa sofre com as queimadas e as árvores de maior porte continuam em pé, porém mortas. São identificadas como degradadas estas áreas que ainda não podem ser classificadas como corte raso, mas já estão comprometidas pelo desmate.
Fonte:
Portal Brasil
19/10/2010 21:16
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