Copa de 2014 é a melhor oportunidade para alavancar turismo, concluem especialistas do setor



Reunidos em audiência pública nesta quarta-feira (1º) na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), especialistas do setor e senadores da comissão concordaram com a idéia de que a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, será a grande oportunidade para que o país desenvolva seu turismo. Para tanto, alertaram, é necessário que sejam feitos investimentos maciços na qualificação da mão de obra e na melhoria da infraestrutura das cidades. Entre as ações propostas na audiência está a formação de uma plataforma de turismo cujo primeiro passo seria a criação do sistema "S" do turismo, a exemplo do que já existe para o comércio e a indústria.

De acordo com o professor da Universidade de São Paulo (USP), Mário Carlos Beni, nem 1% da mão de obra turística, necessária para a realização da Copa, está devidamente treinada para um evento da magnitude de um campeonato mundial de futebol. O mesmo ocorrendo com as condições das cidades que sediarão os jogos.

- Se formos passar por uma peneira fina, poucos são os destinos que estão rigorosamente preparados para esse megaevento, mesmo as doze cidades onde deverão acontecer os jogos. Temos que lembrar que o Brasil será o foco do noticiário internacional desportivo por cerca de um mês - informou Beni que também é membro do Conselho Nacional de Turismo do Ministério de Turismo.

O professor disse que o país continua atuando na dimensão da potencialidade turística que possui, mas não na realidade do que pode ser. Em sua opinião, confundem-se os conceitos de roteirização e regionalização. No caso da primeira, explicou, o turista recebe um roteiro e se relaciona apenas com as empresas que comercializam os pacotes. Na regionalização, disse Beni, a população e o comércio local são realmente envolvidos em um formato integrado capaz de consolidar destinos e uma verdadeira plataforma turística.

Também o presidente da Confederação Nacional do Turismo (CNTur), Nelson de Abreu Pinto, garantiu que sua entidade está empenhada em atuar para a defesa do turismo com sustentabilidade, inclusive com ações sociais em prol da erradicação do turismo sexual. Ele assegurou que a CNTur vai trabalhar para que não apenas as 12 cidades-sede - cuja lista deve ser divulgada em maio pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) - recebam turistas, mas várias outras próximas a elas.

- Vamos trabalhar para formar uma grande rede de turismo onde várias cidades serão envolvidas para receber 600 mil pessoas, que é uma estimativa do ministério do Turismo - afirmou Nelson de Abreu, ao reforça a importância da criação do sistema "S" para o turismo, com a instituição da SEStur e da SENAtur, nos moldes do hoje conhecidos SESC e SENAI.

Terceira idade e deficientes

O presidente da CNTur disse ainda que a confederação tem planos de inclusão das pessoas com deficiência e daquelas que estão na terceira idade na atividade turística, não apenas como usuários, mas, principalmente como trabalhadores do setor. O presidente da CDR, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), autor do requerimento para realização da audiência, falou de sua esperança no aproveitamento dos idosos e da experiência que acumulam no ramo turístico.



01/04/2009

Agência Senado


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