Copa de 2014 é oportunidade de mostrar o novo Brasil para o mundo, afirma Pelé



O embaixador da Copa de 2014, o ex-jogador e “Rei do Futebol“ Edson Arantes do Nascimento, Pelé, concedeu entrevista ao Portal da Copa, na qual afirma que o mundial é uma oportunidade de exaltar novas características do Brasil, como o crescimento econômico e o respeito internacional conquistado pelo Pais. 

“Todo mundo conhece o futebol daqui. Agora é a oportunidade de mostrar o País como um todo. Estamos no momento de aproveitar esse crescimento econômico e essa confiança que o resto do mundo está tendo no Brasil”, afirmou Pelé, que participou dos comitês organizadores das Copas de 1994 (EUA), 2002 (Japão e Coreia do Sul) e 2010, na África do Sul.

1950, 1958, 1962 e 1970

O maior artilheiro da história do futebol, com 1.281 gols em 1.365 jogos lembrou que, ao ver a frustração do pai, João Ramos do Nascimento, conhecido por “Dondinho”, com a derrota do País na final da Copa de 1950 para o Uruguai, em pleno Maracanã, prometeu trazer a ele o título.  A promessa foi cumprida oito anos depois, quando, aos 17 anos, tornou-se o mais novo jogador a ser campeão do mundial. “A derrota em 1950 foi um incentivo para, na Copa de 1958, eu dar o presente que tinha prometido ao meu pai.”

Ele relembra as quatro edições em que atuou pela seleção em Copas do Mundo (1958, 1962, 1966, 1970), tendo marcado 12 gols em 14 partidas e conquistado três títulos. O maior artilheiro da equipe canarinha de todos os tempos, com 95 gols em 114 jogos, exalta a preparação daquela que é considerada pela Fifa a melhor seleção de todos os tempos, a de 1970.

“Tivemos tempo de preparação e uma coisa importante foi a decisão do João Saldanha. Ele disse: não vamos levar quatro equipes, como na Copa de 1966. Vamos pegar os dois melhores times do Brasil e fazer um combinado. Depois vamos mexendo de acordo com a necessidade. E foi isso que ele fez. Pegou o Santos e o Botafogo na época, que eram as melhores equipes".

Sobre a parceria com Garrincha, Pelé lembra: “jogamos 12 anos e todas as vezes que estávamos os dois em campo, nunca perdemos. Todo time que jogava contra o Brasil ficava na retranca e precisava de dois, três para marcar o Garrincha, mais um, dois para marcar o Pelé. Aí os caras estavam ferrados”.

Ele ri ao lembrar-se de como a rapidez e habilidade de fazer drible de Garrincha confundia os atacantes do próprio time. "Quando a gente tinha o Didi, por exemplo, ele dava um lançamento lá para o Garrinha. Eu às vezes estava na defesa e eles lançavam.  Eu pensava: tenho que ir, porque o Garrincha vai driblar, vai passar, vai chegar à linha de fundo. Aí eu vinha com tudo e, quando estava chegando à marca do pênalti, o Garrincha driblava para trás. Aí a gente passava direto e tinha que voltar para sair do impedimento. Mas realmente ninguém conseguia marcar. Às vezes ficava um, dois e ele tinha um arranque  muito forte”.

Marcadores

Quando perguntado sobre o melhor marcador que ele já enfrentou, Pelé faz piada: “para mim, o melhor marcador foi o da partida entre Santos e Botafogo de Ribeirão Preto, quando fiz oito gols”, brincou. Depois, destacou nomes como Dias, do São Paulo, Pita, do Comercial (SP), além dos consagrados Bobby Charlton, da Inglaterra, e Franz Beckenbauer, da Alemanha.

"Teve um que virou mito, mas me marcou só uma vez, em meio tempo de um jogo amistoso. Era o Giovanni Trapattoni, o italiano que todo mundo fala, mas eu estava machucado e só joguei meio tempo”, discorda.

Camisa 10

O ex-jogador contou que, antes da Copa de 1958, não havia uma relação de respeito e devoção à camisa 10. “Eu treinava com a camisa oito, que era a que eu jogava antes de ir para o Santos. E aí, chegou lá na Suécia e caiu a 10 para mim. Naquela época ninguém se preocupava com isso. Depois dessa Copa, aí sim, porque foi o garoto mais novo, foi a sensação. Então a número 10 passou a ser referência", conta. Pelé lembra que alguns jogadores evitam a camisa 10, como Romário, que preferiu a 11.

Seleção em 2014

Na opinião de Pelé, há tempo para o treinador da seleção brasileira, Mano Menezes, preparar a equipe que disputará a Copa de 2014. “Ainda temos dois anos. O importante é fazer uma seleção de jogadores que merecem. Não uma seleção de jogadores protegidos por empresários, protegidos por cronistas que falem bem. Jogadores temos, só precisa organizar o time”.

Futura geração

Como não poderia deixar de ser, Pelé exalta Neymar, mas mostra preocupação com a “joia”. “É um grande jogador, já tivemos grandes jogadores que apareceram com grande nome assim, mas depois na Seleção não renderam”. E ainda elogia Dedé, do Vasco, e Lucas, do São Paulo: “É um meio de campo que acho que tem potencial”.

 Biografia

Edson Arantes do Nascimento nasceu em 23 de outubro de 1940, em Três Corações (MG). Mudou-se com a família em 1945 para Bauru (SP). Iniciou a carreira no infantil do Bauru Atlético Clube, o “Baquinho”, quando foi treinado pelo ex-jogador Waldemar de Brito e convidado em 1956 a ir para o Santos, onde ficou até 1974. Lá, disputou 1.116 jogos e marcou 1.091 gols. Ainda atuou pelo Cosmos, de Nova Iorque (EUA), de 1975 a 1977: 65 gols em 111 partidas. Foram 32 títulos e 20 artilharias oficiais colecionados durante a carreira.

 

Fonte:
Portal da Copa



16/05/2012 20:46


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