Corregedor pretende fazer acareação entre Renan Calheiros e João Lyra



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), anunciou nesta quarta-feira (22) que pretende fazer uma acareação entre o usineiro João Lyra e o presidente do Senado, Renan Calheiros, para esclarecer as denúncias da revista Veja de que os dois teriam comprado em parceria, mas registrado em nome de "laranjas", duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. Na terça-feira (21), o corregedor recebeu um telefonema do advogado de Lyra colocando seu cliente à disposição para a acareação, desde que seja em Maceió e somente com Renan Calheiros.

Em depoimento dado anteriormente a Tuma, em Maceió, Lyra, que confirmou a sociedade, havia dito que não viria ao Senado por temer passar por constrangimento, já que a instituição é presidida por Renan, que nega a parceria nas empresas de comunicação. No entanto, decidiu concordar com a acareação com Renan após Tito Uchôa, apontado pela Veja como primo de Renan e 'laranja" do senador na compra das empresas de comunicação, ter-se colocado à disposição da Corregedoria para fazer uma acareação com Lyra.

Em entrevista à imprensa, Tuma afirmou que a acareação é importante e poderá ser realizada tanto pela Corregedoria como pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

- Essa acareação vai ser muito útil, mas antes preciso ouvir o Uchôa. Ele tem de depor e explicar todo o envolvimento financeiro dele com essa história - afirmou Tuma, ao lembrar ainda que também é preciso ouvir outras pessoas apontadas como "laranjas" nas sociedades de comunicação.

Representação

Renan Calheiros responde a processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para apurar a denúncia de sociedade não-declarada com João Lyra. Segundo a revista, a empresa JR Radiodifusão, que teria sido usada por Renan e Lyra para a compra das emissoras de comunicação, estaria registrada, atualmente, em nome de Uchôa e de Renan Calheiros Filho, prefeito de Murici e filho do presidente do Senado, mas teria sido registrada, originalmente, em nome de Carlos Ricardo Santa Ritta, funcionário do gabinete de Renan, e de José Carlos Pacheco Paes, representante de João Lyra.



22/08/2007

Agência Senado


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