Corregedor vai convidar João Lyra para esclarecer denúncias contra Renan



O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vai convidar o ex-senador e usineiro João Lyra para esclarecer as denúncias da revista Veja de que ele teria comprado, em parceria com o presidente do Senado, Renan Calheiros, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas em nome de laranjas. A informação é da assessoria de gabinete de Tuma, que, na manhã desta segunda-feira (13), elaborou o ofício a ser entregue ao suposto ex-sócio de Renan para que, caso aceite o convite, escolha dia e hora para depor.

Está prevista para quinta-feira (16), às 11h, reunião da Mesa do Senado para decidir se encaminha ou não ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar representação protocolada pelo DEM e pelo PSDB contra Renan a fim de que o colegiado investigue o processo de aquisição das empresas de comunicação.

Renan Calheiros já está sendo investigado pelo Conselho de Ética em dois outros processos protocolados pelo PSOL, ambos com base em denúncias da revista Veja. O primeiro para apurar se o parlamentar por Alagoas tinha parte de suas despesas pessoais pagas por um funcionário da construtora Mendes Júnior e o segundo para investigar as relações de Renan com a cervejaria Schincariol.

De acordo com a revista Veja, Renan teria intercedido a favor da Schincariol junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - para impedir a execução de dívidas - e à Receita Federal - contra multas contraídas por sonegação de impostos - depois de a cervejaria ter comprado, por R$ 27 milhões, uma fábrica de refrigerantes de um de seus irmãos, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL). Na matéria, Veja afirma que a fábrica estava prestes a fechar e não valia mais do que R$ 10 milhões.

Nesta semana, o presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), deve também escolher o relator para a representação das denúncias referentes àSchincariol. Já o processo que visa a apurar a capacidade financeira de Renan de pagar suas despesas particulares, entre elas pensão de sua filha de três anos com a jornalista Mônica Veloso, aguarda conclusão da perícia da Polícia Federal em documentos e notas fiscais apresentados pelo próprio Renan e por empresas que teriam negociado gado com o senador.

Em entrevista na última quinta-feira (9), o senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos relatores da primeira representação, afirmou que, após receber a conclusão da perícia, o Conselho de Ética deve ainda convidar Renan Calheiros para depor.

- Acredito que uma semana após o depoimento de Renan já teremos condições de apresentar o nosso relatório sobre o caso - afirmou, na ocasião, Casagrande, que responde pela relatoria junto com os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Almeida Lima (PMDB-SE).



13/08/2007

Agência Senado


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