COUTINHO JORGE DEFENDE LIMITE PARA EMISSÃO DE GASES
A definição de meta para os países industrializados reduzirem as emissões de gases provocadores do efeito estufa, e do conseqüente aquecimento terrestre, foi defendida hoje (dia 2) pelo senador Coutinho Jorge (PSDB-PA). No seu entender, a decisão deve ser tomada pelos governos durante a Conferência sobre Mudanças Climáticas que se realiza em Kioto (Japão), porque, como salientou, ainda há tempo para evitar "maiores catástrofes".
Afiançou o senador que "o Brasil já tem posição clara" em defesa da proposta de criação de um fundo de desenvolvimento baseado no princípio de que cabe ao poluidor pagar. Nesse sentido, explicou, os países ricos contribuiriam na proporção em que deixassem de cumprir as metas quantitativas de emissão de gases tóxicos. Os recursos arrecadados seriam destinados aos países em desenvolvimento para possibilitar o acesso a modernas tecnologias antipoluentes.
Na condição de ex-ministro do Meio Ambiente (1992/1993), Coutinho Jorge alertou para as graves conseqüências do superaquecimento denunciadas pelo IPCC(Implantação do Painel Intergovernamental sobre o Campo Climático) como o superaquecimento do planeta, o aumento de até um metro nos oceanos que, com o desaparecimento das capas polares e glaciais, resultariam em inundação de áreas costeiras. Mais grave ainda, ressaltou o senador, seria a guerra pela escassez de água potável.
O senador reconheceu a dificuldade de um consenso em torno da redução de emissão de poluentes como o gás carbônico em Kioto pelos "conflitos e interesses divergentes que estarão em confronto". Os principais exportadores de petróleo "chegam ao absurdo de propor um sistema compensatório de perda dos lucros que deixarão de ter", lembra Coutinho Jorge.
- A opinião mundial, os parlamentos, as organizações não-governamentais podem ter um papel importante nessa mudança. É o momento crucial em que parlamentares, empresários, homens que têm a consciência do futuro da Terra devem pressionar os governos a tomarem decisões efetivas em Kioto - afirmou.
02/12/1997
Agência Senado
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