CPI da Exploração Sexual faz diligência em Porto Ferreira



A senadora Patrícia Saboya Gomes (PPS-CE) informou que a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no país fez uma diligência em Porto Ferreira (SP) na quinta-feira (21) para ouvir o delegado Maurício Sponton, representantes do Ministério Público, do Conselho Tutelar da cidade e algumas vítimas de abusos cometidos por autoridades no local.

Patrícia Saboya elogiou a forma pela qual as autoridades de Porto Ferreira estão conduzindo o processo criminal. Segundo ela, a agilidade e o detalhamento na montagem do inquérito devem servir de exemplo para todo o país. A CPI tem detectado que a maioria dos processos envolvendo autoridades tem sido sistematicamente arquivados, acrescentou. Para a senadora, é fundamental haver também o rompimento do silêncio que normalmente cerca esses crimes. Em sua opinião, casos de abusos sexuais de jovens com a participação de autoridades e parlamentares deveriam ter punição mais rigorosa.

Os integrantes da CPI decidiram ir a Porto Ferreira devido à prisão decretada de cinco vereadores da cidade e quatro empresários, acusados de aliciamento de crianças e adolescentes e favorecimento à prostituição infantil. A Justiça determinou a prisão preventiva de 12 acusados no inquérito policial: seis vereadores e seis empresários. Os vereadores Gerson Pelegrini, Edivaldo Biffe, João Lázaro Batista, Luiz Gonzaga Borceda e Laércio Storti já se encontram na delegacia de Porto Ferreira. O empresário João Batista Pelegrini também foi preso. Três acusados ainda estão foragidos, entre eles o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Ferreira, Luiz César Lanzoni.

Por meio do inquérito policial conduzido pelo delegado Maurício Sponton, 22 pessoas foram indiciadas. Dois dos acusados também foram indiciados por estupro e atentado violento ao pudor por terem mantido relações sexuais com garotas de 11 anos. As adolescentes eram aliciadas para festas realizadas em ranchos às margens do Rio Mogi Guaçu. A polícia apurou que, em dois anos, pelo menos 50 festas teriam sido realizadas. O garçom e também suplente de vereador Valter Mafra é acusado de aliciar meninas, de 9 a 16 anos, em frente a uma escola. Mafra, que já foi acusado de crime de assédio sexual há dois anos, levaria as garotas até o sítio onde eram realizadas as festas. Segundo a polícia, havia consumo de drogas no local. Pelo menos dez meninas confirmaram ser vítimas dos crimes.



22/08/2003

Agência Senado


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