CPI da Segurança investiga apostas em corridas de cavalos



CPI da Segurança investiga apostas em corridas de cavalos Jair Krischke denuncia supostas irregularidades Novas denúncias encaminhadas ontem à CPI da Segurança pelo presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, relacionam o ex-chefe de polícia Luiz Fernando Tubino à exploração ilegal de corridas de cavalos. Documento assinado por Tubino ratifica autorização aos representantes da empresa Carnegie Cooke & Company, de Las Vegas, a abrir agências para a exploração de apostas via satélite em corridas de cavalos. Com sede na Travessa Leonardo Truda, no centro da Capital, a empresa teria anunciado para novembro a inauguração de hipódromo próprio em Arroio do Sal, com sistema para retransmissão de corridas de cavalo realizadas nos Estados Unidos. – Esse tipo de jogo é considerado contravenção inafiançável – disse o relator da CPI, deputado Vieira da Cunha (PDT). O presidente da CPI, deputado Valdir Andres (PPB), anunciou que vai convidar para depor na próxima semana os dois representantes da Carnegie Cooke citados no material entregue por Krischke: João Paulo Souteiro e o coronel reformado da Brigada Militar Valdo Marques da Silva. Congresso promulga emenda que regulamenta a edição de MPs Artigos da Constituição são alterados O Congresso promulgou ontem a Emenda Constitucional 32, que regulamenta a edição de medidas provisórias pelo presidente da República e estabelece novos prazos de tramitação. A emenda promulgada altera nove artigos da Constituição Federal. O presidente interino do Congresso, deputado Efraim Morais (PFL-PB), classificou o ato como um marco da democracia brasileira. A solenidade reuniu representantes dos três poderes – entre eles os presidentes da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), o interino do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), do Superior Tribunal de Justiça, Paulo da Costa Leite, e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, representando o presidente Fernando Henrique Cardoso. PMDB exclui derrotados na convenção Grupo de Itamar e de Maguito fica fora A executiva nacional do PMDB, escolhida ontem, em Brasília, para um mandato de dois anos, excluiu os partidários do senador Maguito Vilela (GO) e do governador de Minas Gerais, Itamar Franco. Segundo o líder do PMDB, Geddel Vieira Lima (BA), Michel Temer ofereceu a terceira vice-presidência para Maguito, que a recusou, alegando que seu grupo deveria participar da chapa de acordo com a proporcionalidade dos votos obtida na convenção nacional, realizada domingo em Brasília, ou seja, 37%. Temer foi eleito presidente nacional do PMDB com 63% dos votos dos participantes da convenção. Maguito, apoiado por Itamar, saiu derrotado, depois de ter assumido a liderança do partido devido ao afastamento do senador Jader Barbalho (PA). Ontem, Temer aproveitou para avisar que exigirá fidelidade partidária e disciplina programática dos filiados. Foi um recado claro aos integrantes do grupo independente liderado por Itamar. Relatório aponta envolvimento de Jader Documento será apresentado hoje à Comissão de Ética O relatório da subcomissão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, que será lido hoje, concluiu que há provas irrefutáveis do envolvimento do senador Jader Barbalho (PMDB-PA) no desvio de verbas do Banco do Estado do Pará (Banpará). O texto assinado pelos senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Peres (PDT-AM) revela que Jader era o titular e principal beneficiário da conta de aplicação pela qual passaram cheques com recursos do banco. O ofício 9076/01 do Banco Itaú, datado de 5 de setembro de 2001, reproduzido no relatório, confirma a autenticidade de todas as operações apontadas pelo inspetor Abraão Patruni assim como de todos os documentos apresentados na nota técnica da 5ª Câmara do Patrimônio Público. O Banco Itaú afirma ainda que o titular da conta 96.650 (Jader Barbalho) participava das aplicações que receberam recursos do Banpará. Segundo o Itaú, esses resíduos eram depositados na conta corrente do investidor. Embora o banco não cite nominalmente Jader Barbalho, a identificação de que o titular da conta era o investidor não deixa dúvidas do envolvimento do senador. – Os resíduos não deixam margem à dúvida da participação do senador Jader Barbalho na operação de desvio de recursos do Banpará. É o próprio investidor que recebe ou complementa os resíduos, portanto, o senador Jader Barbalho é o titular das operações de investimento em títulos de renda fixa ao portador, supridas com cheques administrativos do Banpará – diz o relatório. Em outro ponto, o texto ainda é mais contundente: – Se constatou, com base em elementos de provas materiais, que Jader Barbalho recebeu sim, em mais de uma vez, o malsinado dinheiro. O relatório também concluiu que Jader, na função de presidente do Senado, retardou a tramitação do requerimento nº 53, que solicitava ao Banco Central informações sobre o Banpará. Os senadores se baseiam nesses dois fatos para mostrar que o presidente licenciado do Senado quebrou o decoro parlamentar. Jader faltou com a verdade ao negar que tenha sido beneficiário do dinheiro do Banpará e que tenha engavetado requerimento para prejudicar as investigações. A comissão de inquérito está encaminhando ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado pedido de abertura de processo por falta de decoro parlamentar. O senador Romeu Tuma deverá receber nesta semana do delegado da Polícia Federal de Tocantins, Élbio Dias Leite, um dossiê sobre a participação de Jader em fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Apesar de já ter finalizado o relatório, na condição de corregedor do Senado, Tuma deverá encaminhar todas as denúncias que receber ao Conselho de Ética. Amanhã, a Polícia Federal vai protocolar no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal de Jader, de sua mulher e sócia, Márcia Cristina Zaluth Centeno, do irmão do senador, Manoel Barbalho, do deputado federal José Priante (PMDB-PA), e de seu assessor, Irlandes do Carmo Vanzeler Rodrigues. Todos são suspeitos de terem se beneficiado de desvios de recursos da extinta Sudam. Também deve ter o sigilo quebrado a empresa Centeno & Moreira, o ranário da mulher de Jader. Segunda edição apresentará inovações Organizadores trabalham para ampliar participação Dezenas de pessoas acompanharam ontem a solenidade de lançamento do 2º Fórum Social Mundial, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Programado para o final de janeiro de 2002, o evento deverá apresentar inovações em relação à edição de 2001. A principal diferença deverá ser o caráter do encontro, que tem o objetivo de apresentar propostas. Em 2001, a intenção era somente promover debates. Os organizadores têm a expectativa de ampliar a participação. Eles pretendem trazer 40 mil pessoas para Porto Alegre e registrar a presença de 200 delegações internacionais. Em 2001, 147 países participaram da iniciativa. A discussão em torno das sugestões a serem apresentadas será antecipada por meio da Internet. Outra novidade será a inclusão de seminários na programação, além das conferências, testemunhos e oficinas ocorridas na primeira edição. Uma das ausências de 2001, o lingüista norte-americano Noam Chomsky, enviou carta a Olívio Dutra, confirmando sua presença em 2002. As estrelas da cerimônia foram o prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Perez Esquivel, e o médico italiano Vittotio Agnoletto, coordenador da Liga Italiana de Luta contra a Aids (Lila). Cresce suspeita de atentado contra prefeito de Campinas Toninho do PT foi morto a tiros segunda à noite dentro de seu carro A hipótese de latrocínio começou a ser questionada com insistência por líderes políticos do PT e pessoas próximas ao prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho do PT, assassinado na noite de segunda-feira, no interior de São Paulo. O vereador Ângelo Rafael Barreto (PT), um dos mais próximos a Toninho na Câmara Municipal, revelou ontem que, há cerca de 20 dias, o prefeito havia confidenciado a ele que estava recebendo ameaças de morte. O presidente nacional interino da legenda, deputado José Genoíno (PT), disse várias vezes, ontem, que Toninho havia criado fortes oposições em bolsões do crime organizado na periferia. Os focos de de discórdia seriam a política de atenção a jovens marginalizados e combate ao tráfico de drogas. Genoíno está em Campinas desde a madrugada de segunda-feira, acompanhando as investigações do assassinato. Assessores do prefeito falam da existência de três dossiês com denúncias graves que Toninho estaria concluindo. O vereador Ângelo Barreto contou que, quando falou das ameaças de morte, o prefeito de Campinas disse, textualmente, que “estava batendo de frente com máfias da especulação imobiliária da cidade”. A polícia continua sem pistas dos assassinos. A perícia analisou o carro do ex-prefeito e chegou à indicação de que ele teria sido atingido por três projéteis de uma arma nove milímetros por volta das 22h30min de segunda-feira. Um foi encontrado no chão. Outro, no banco, e o terceiro atingiu o prefeito. A polícia também encontrou objetos pessoais de Toninho no interior do carro: dois ternos novos, uma camisa, um par de meias, documentos dentro de uma carteira, que continha R$ 26, um celular e uma bandeira do MST (Movimento dos Sem-Terra). Dois suspeitos chegaram a ser presos ontem, mas o envolvimento deles no assassinato não foi comprovado e eles foram soltos. O corpo de Toninho foi velado na prefeitura municipal e enterrado ontem, às 17h, no Cemitério da Saudade. O assassinato de Antônio da Costa Santos, de 49 anos, encerra de forma dramática uma carreira política que foi marcada, na mesma medida, pela fidelidade ao PT e conflitos com setores do partido que não lhe eram favoráveis na cidade. Diferentemente da maioria dos petistas campineiros, oriundos do movimento sindical, o arquiteto e urbanista Santos se destacou por atuar em movimentos na área de preservação urbana e arquitetônica da cidade. Um deles tinha por objetivo recuperar o patrimônio histórico de Campinas. Filho de uma família abastada e proprietário de diversos imóveis na cidade, Toninho morou durante muitos anos numa casa antiga (que pertence à sua família) tombada pelo patrimônio histórico de Campinas, que ele chegou a abrir várias vezes à visitação pública. Deixou esta residência após ter sido assaltado no ano passado, na época das eleições municipais, quando estava com a mulher em seu automóvel. Pensando na segurança da família (a mulher e uma filha adolescente), Toninho se mudou para um condomínio localizado numa área nobre da cidade, próximo ao local onde foi morto ontem. Mas continuou a dispensar a segurança e só usava o carro oficial a trabalho. Artigos O terrorismo pós-moderno DÉCIO FREITAS Houve um terrorismo moderno, aquele dos anarquistas ou nacionalistas da metade do século 19 e início do século 20 que atacavam pessoalmente os chefes de Estado – reis, imperadores, primeiros-ministros –, tidos como responsáveis pela injustiça ou pela opressão. Não passava pela cabeça daqueles libertários atingir pessoas do povo sem responsabilidade pelo que se passava. Imaginavam ingenuamente que, cortando a cabeça da hidra, acabariam com a própria hidra. Como sabemos, isso jamais aconteceu – e assim o terrorismo como método político desapareceu, dando lugar às ações de massa chamadas revoluções. O terrorismo ressurge como fenômeno pós-moderno – a cultura da irracionalidade. Como não pode atingir a cabeça da “hidra”, hoje muito bem guardada, o novo terrorismo atinge anônimos sem visível responsabilidade pelos supostos males. Sua cega gratuidade decorre do fato de que não enfraquece o inimigo; antes, pelo contrário, fortalece-o na medida em que a “aterrorizada” coletividade cobra medidas protetoras e repressoras, fortalecendo o status quo político. A resposta do poder ao terrorismo, por sua vez, também faz vítimas inocentes. Noutras palavras, faz recrudescer o terrorismo de Estado. E assim, se muda alguma coisa, é para pior, muito pior. Constitui aquilo que no jargão revolucionário se chama de “provocação”. Em nenhum outro país existe uma oposição tão viva aos excessos do Império como no próprio Império Na era da globalização, este novo terrorismo é global. Transcende fronteiras e está ao alcance dum pequeno grupo, sem grandes recursos financeiros ou materiais. Lembra o argumento das potências nucleares contra a total extinção dos seus arsenais: a saber, que a tecnologia da fabricação de armas nucleares está hoje ao alcance de qualquer pequeno país, o que representa uma ameaça a todos os outros. Os EUA estão pagando o preço de ser hoje o Império global. Exercem absoluta e incontrastável hegemonia militar, econômica, financeira e cultural. O mundo está assustado com o caráter totalitário desta hegemonia, principalmente quando o Império dá mostras de arrogante menosprezo pelos interesses e pelas opiniões alheios, sob uma presidência de questionável legitimidade que repele o consenso universal sobre o meio ambiente, retoma o armamentismo nuclear, nega ratificação à proibição de armas biológicas, opõe-se a uma corte internacional de direitos humanos, boicota uma conferência da ONU contra o racismo, redobra o protecionismo de sua economia. Visto que a História não cria problemas insolúveis, deve haver uma saída deste impasse, mas ela não é certamente a deste terrorismo puramente homicida e destrutivo. Foi o povo americano que forçou seu Estado a pôr fim à estúpida guerra do Vietnã: esperemos que ele próprio ponha fim à escalada totalitária do seu Império. Pois não há hoje, no mundo, outra força que não seja a do próprio povo americano, capaz de domar o Império. É principalmente isso que permite ter esperança: em nenhum outro país, existe uma oposição tão viva aos excessos do Império como no próprio Império. Em pânico CÂNDIDO NORBERTO Quando a realidade supera a ficção não há como fugir da sensação de angústia. Angústia indefinível, informe, sem limites. Um pesadelo que padecemos de olhos abertos, impondo-nos silêncio, privando-nos da capacidade de raciocinar, de entender o que estamos vendo e sentindo. E se mostra de tal forma envolvente e invasora que, como num passe de mágica, já não mais somos meros espectadores mas sim personagens e vítimas da tragédia que as imagens instantâneas de televisão põem diante de nossos olhos. Em vários momentos do trágico desfile dos fatos que estão em curso – ao vivo e em cores –, deles tentamos tomar distância, mas o esforço fracassa. É a força do inusitado, é a atração do surpreendente, do horror mesmo, que nos detém. E nosso sofrimento se alonga. Esfria-nos o corpo, sufoca-nos, emudece-nos. O episódio a que estou assistindo me atordoa, me comove, me revolta e me faz temer pelas conseqüências É assim que me sinto ainda agora, ao tentar juntar as palavras para compor esta coluna, dividindo o olhar entre o teclado do computador e as imagens da TV. São 15 horas desta terça-feira, 11 de setembro de 2001, meu prazo para entregar estas linhas está terminando e minhas dificuldades para pô-las no papel se agravam mais e mais. Em vão tento comparar o que aconteceu e segue acontecendo na maior cidade do mais rico e poderoso país do mundo com o que de mais surpreendente, trágico e emblemático ocorreu na história dos povos ao longo de todos os tempos. Nenhum paralelo me ocorre. Porque o episódio a que estou assistindo, e do qual em verdade sou partícipe, me atordoa, me comove, me revolta e me faz temer pelas conseqüências que ele poderá ter para a humanidade neste mundo ao mesmo tempo tão mais dividido quanto mais globalizado se diz ele ser. Resumindo e encerrando, rogo aos leitores que me perdoem pelo que disse até aqui. Procurem compreender meu estado de confusão mental e emocional. No momento, estou em Nova York, sem saber controlar o pânico que me domina e sem poder prever o que poderá vir a acontecer a partir deste trágico e definitivamente histórico 11 de setembro de 2001. Colunistas JOSÉ BARRIONUEVO – PÁGINA 10 Deputado gaúcho presencia atos terroristas nos EUA O deputado federal Júlio Redecker (PPB-RS) viveu momentos de tensão, ontem, durante o ataque terrorista ao Pentágono, em Washington. O parlamentar está na capital norte-americana desde julho atuando como professor visitante na Universidade George Washington, e presenciou momentos de pânico da população. Os gabinetes de Redecker em Novo Hamburgo e Brasília custaram a conseguir um contato com o deputado no momento do atentado, já que não era possível completar ligações por celular, por telefone fixo e nem via Internet até as primeiras horas da tarde. Em Washington, Redecker acompanhou de perto a tragédia. Presenciou cenas de desespero das pessoas correndo nas ruas de Arlington enquanto se deslocava caminhando, durante uma hora, até o apartamento onde mora. – É uma tragédia de proporções incalculáveis, sincronizada, que espalhou o pânico. Aqui ainda estamos em estado de choque – disse Redecker. No momento do ataque, Redecker estava em uma estação de metrô a poucos quarteirões do Pentágono, a cerca de duas estações. Campanha para Brizola chegar ao Piratini Motivado pela empolgação dos trabalhistas gaúchos com as comemorações dos 40 anos da Legalidade, Carlos Eduardo Chaise (E) lidera uma campanha para que Leonel Brizola seja o candidato do PDT a governador do Rio Grande do Sul. Enviou uma carta a todos os filiados do partido lançando esta idéia e garante que o retorno está sendo satisfatório. Carlos Eduardo deixou o cargo de diretor da Corsan, em nome da lealdade ao PDT, quando a sigla se afastou do governo estadual. Passou, então, a ser citado por Brizola como um exemplo de trabalhista fiel. Agora, é o cabo eleitoral do presidente nacional do partido para que ele seja o representante do partido no enfrentamento com o PT nas urnas em 2002. Apoio interno Em fevereiro deste ano, Chaise já denunciava uma campanha de aliciamento por parte do PT a companheiros seus do PDT, inclusive a seu pai, o ex-presidente do partido Sereno Chaise. Na época, chamava o assédio a pedetistas de “prática imoral e antiética dentro da política gaúcha”. Agora, sua campanha por Brizola no Piratini terá o apoio de vários grupos do partido, a começar pela Juventude Socialista, na foto representada pelo presidente, Ronaldo Floriano. Primeira baixa na disputa petista Faltando quatro dias para a convenção que vai definir o nome do novo presidente estadual do PT, um dos 10 candidatos, Celso Alberici, abandonou a disputa. Representante da Rede, movimento ao qual pertence o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, Alberici disse que já cumpriu a missão de participar do debate político interno. A partir de agora, seu grupo está liberado para votar em qualquer um dos nove candidatos que permanecem na disputa. De acordo com Alberici, seus votos devem migrar para David Stival (Articulação de Esquerda), Paulo Ferreira (PT Amplo), Pedro Corrêa (Fórum Socialista Solidário) e Luiz Carlos Saraiva (Movimento da Construção Socialista). Fortunati altera agenda A conversa entre a executiva regional do PDT e o vereador José Fortunati (sem partido), marcada para ontem, ocorrerá às 12h de hoje. O motivo do cancelamento do encontro foi a série de atentados nos Estados Unidos. – As imagens estarrecedoras apresentadas pelos canais de TV nos deixam perplexos diante de um ato bárbaro e selvagem praticado por terroristas contra civis inocentes – explicou o vereador. Amanhã a conversa será com com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. Que idéias Em meio a tantas datas no calendário de festas dos brasileiros, dois deputados estaduais decidiram criar o Dia do Gremista e o Dia do Colorado. Giovani Cherini (PDT) e Onyx Lorenzoni (PFL) tiveram idéias semelhantes, claro que cada um defendendo seu time. Se forem aprovadas, as novas datas serão 15 de setembro, para os azuis, e 4 de abril, para os vermelhos. Só faltava ser feriado. Em defesa da vida O deputado Elmar Schneider (PMDB) entregou ontem ao presidente da Assembléia, Sérgio Zambiasi (PTB), projeto de lei chamado “Uma semente para o futuro”. A proposta cria mecanismos que poderão auxiliar no processo de transplantes e doações de órgãos no Rio Grande do Sul. Integração feminina Uma audiência pública, a partir das 10h de hoje, debaterá o papel das mulheres no Mercosul. Coordenada pela 2ª vice-presidente da Assembléia, Maria do Rosário (PT), o debate será na sala da Comissão do Mercosul, no 4º andar. Campanha perigosa A campanha para as eleições da Associação dos Funcionários Municipais de Porto Alegre (AFM), marcadas para o final do mês, começa a entornar o caldo. Integrantes da Chapa Verde acusam os adversários da Chapa Rosa de estarem comprando votos dos colegas de trabalho. Estariam prometendo conceder empréstimos de R$ 50 àqueles que concordarem em assinar uma lista de apoio e a trabalhar como fiscais no dia do pleito. A sede da AFM fica na Rua Leonardo Truda, 68, térreo. Lá se formam filas para assinar as listas da Chapa Rosa. Mais jogatina Depois de investigar bingos e jogo do bicho, a CPI da Segurança Pública da Assembléia deverá entrar agora em outra seara. Ontem, o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, entregou um dossiê aos deputados levantando a hipótese de envolvimento de um ex-integrante do governo com a exploração ilegal de corridas de cavalos. O acusado em questão é o ex-chefe de Polícia Luiz Fernando Tubino. ROSANE DE OLIVEIRA Não à barbárie Qualquer tentativa de relativizar o ataque terrorista que abalou o planeta neste trágico 11 de setembro deve ser interpretada como conivência com o terror. Não há como ser tolerante com o terrorismo, seja de grupos radicais, seja de Estado. A barbárie como método de ação política precisa ser condenada com veemência, porque não há motivos que justifiquem o sacrifício de inocentes. O grupo que planejou e executou o atentado contra o World Trade Center o fez para atingir um símbolo do poder econômico dos Estados Unidos. Escolheu um edifício que abrigava mais de 40 mil pessoas porque o objetivo era ensangüentar a América, chocar o mundo com uma ação sem precedentes na história da humanidade. Condenar o atentado que matou e feriu milhares de pessoas não significa concordar com a política do governo George W. Bush, nem admitir como aceitáveis atentados praticados pelos Estados Unidos contra a soberania de outras nações, que não raro resultam na morte de civis. Tão chocantes quanto as cenas de pessoas se jogando das alturas para escapar do inferno nas torres são as imagens de pessoas aplaudindo o sucesso da ação terrorista. A televisão mostrou homens, mulheres e até crianças palestinas e iraquianas comemorando a tragédia nos Estados Unidos. No aplauso está implícito o ódio alimentado durante séculos por ataques recíprocos. O mundo não será mais o mesmo depois deste 11 de setembro. O planeta entrou em estado de alerta. Os ataques que se tornaram rotina no Oriente Médio serão vistos com outros olhos a partir de agora. Olhos mais críticos, com certeza. Os Estados Unidos, que durante a Guerra Fria conviveram com a ameaça do bombardeio atômico, foram alvo de um método já usado nos anos 40. Com a diferença de que o mundo estava em guerra. Os americanos viram ruir um dos edifícios-símbolo de Nova York e tiveram a confirmação de que o Pentágono não era, como se podia imaginar, o prédio mais seguro do mundo. Ficou provado que qualquer prédio é vulnerável quando um terrorista suicida seqüestra um avião para jogá-lo contra o alvo. Essa certeza, por mais que se reforcem os já rígidos esquemas de segurança dos aeroportos, vai tirar o sono dos americanos e dos cidadãos de qualquer país daqui para a frente. Ao pavor de ser alvo de um atentado soma-se o medo espalhado pelo planeta da reação do governo Bush, que prometeu retaliação. Será o início de uma nova guerra? – perguntavam-se os telespectadores diante das cenas inacreditáveis do World Trade Center em chamas, depois de cada torre ser atingida por um Boeing. Ao abalo político e moral poderá sobrevir o abalo econômico, num momento em que o princípio de recessão americana já contamina outros mercados, com reflexos particularmente perversos das economias emergentes, com o a do Brasil. Se isso se confirmar, os terroristas terão contribuído para deixar os pobres ainda mais pobres. Editorial Um atentado à civilização O lado mais perverso e irracional de seres que se pretendem humanos manifestou-se ontem sob a forma de uma monstruosa série de atentados terroristas contra os Estados Unidos, provocando mortes, destruição e pânico e gerando um sentimento de perplexidade e insegurança em todos os continentes e latitudes. Pela primeira vez desde o final da Guerra Fria o cenário de violência se desloca de áreas tradicionalmente conflagradas – como o Oriente Médio e os Bálcãs – para o coração do poder mundial, as capitais financeira e política do país que hoje detém a hegemonia planetária. Os ataques que atingiram as gigantescas torres gêmeas do World Trade Center, desfazendo-as em uma nuvem de pó, e o próprio núcleo da estrutura militar norte-americana, o Pentágono, dentre outros alvos de elevado simbolismo, atestam dramaticamente que já não há Estados inexpugnáveis na Terra, pois mesmo o formidável complexo bélico da única superpotência do globo mostra-se vulnerável ao braço armado do fanatismo. Não há explicação ideológica, religiosa ou política que possa justificar, a não ser por uma doentia tendência para a barbárie, a agressão inominável sofrida pelos EUA, que ultrapassa tudo o que a literatura e o cinema já conceberam nas mais alucinantes de suas criações. É o que difere o terrorismo de todas as demais formas de ação bélica. Ao afetar cidadãos comuns, ao transformar em alvos mulheres e crianças, ao devastar indiscriminadamente cidades e nações, leva a violência ao paroxismo e esbofeteia cada homem de boa vontade, não importa que idioma fale, que fé professe ou que cor de pele tenha. No caso norte-americano, impressiona tanto quanto a audácia sem precedentes, que suplanta em muito os derradeiros limites da temeridade, a sincronia, o domínio técnico e as evidentes ramificações internas que possibilitaram mais do que tudo que criminosos internacionais atingissem seus objetivos sórdidos. Por um largo período, a principal característica dos autores desses crimes nefandos eram a premeditação e a covardia do anonimato. Em nossos dias, como deixou escancarada a série de investidas mortíferas, que, numa sucessão de ondas sísmicas sacudiram um país e o mundo, àqueles distintivos se somam um sentido de estratégia paramilitar e de profissionalismo que supõem longos treinamentos acobertados por organizações que se notabilizaram precisamente como centrais de exportação do ódio. A civilização não pode curvar-se ante os desígnios da selvageria e da desumanidade Supunha-se que o fim da bipolarização do poder mundial, a queda do Muro de Berlim, a implosão da União Soviética, o malogro do Bloco Oriental inaugurasse um longo período de concórdia e de cooperação internacionais. Suposição equivocada. A exacerbação dos nacionalismos, a escalada dos conflitos étnicos, a disseminação dos fundamentalismos religiosos, a sobrevivência de ditaduras de variados matizes vêm reeditando, não raro, alguns dos mais terríveis confrontos que a humanidade conheceu. Nada disso se compara no entanto ao espetáculo de destruição e fogo que desabou ontem sobre os Estados Unidos, deixando um rastro inumerável de mortos e feridos, além de ruínas e devastação. A condenação praticamente unânime da comunidade mundial aos atentados ignóbeis, se espelha uma cultura que ainda é predominante de paz, não é contudo reação suficiente ao golpe execrável. Retaliações cegas, contra inimigos presumíveis, contudo, nada construirão. A comunidade global de informações tem condições de promover o esclarecimento dos atentados e de pressionar para que seus autores respondam por seus crimes torpes. Mais do que nunca as sociedades democráticas precisam unir seus esforços para que, pela identificação e punição dos culpados, se desmantelem em definitivo as multinacionais da violência. Pois a civilização não pode curvar-se ante os desígnios da selvageria e da desumanidade. Topo da página

09/12/2001


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