CPI do Banestado consideram depoimento de Lanzuolo "inverossímil"
O comerciante Renato Lanzuolo Filho, que teria feito remessas de mais de US$ 30 milhões para os Estados Unidos, afirmou à CPI do Banestado que foi usado como um -laranja-. Ele foi ouvido pela comissão na manhã desta sexta-feira (dia 17) na Assembléia Legislativa de São Paulo. Integrantes da CPI consideraram o depoimento inverossímil.
Ex-sócio da Leona Pizza Bar, conhecida pizzaria de São Paulo, Lanzuolo contou ter conhecido, em Orlando (EUA), o argentino Reinaldo Del Rio, que lhe propôs utilizar uma conta no Banco Ocean para efetuar transações financeiras, mediante o pagamento de comissões de 0,2% ou 0,3% dos valores movimentados.
Sempre que o argentino precisava realizar alguma transação, segundo Lanzuolo, depositava a quantia no Banco Ocean e enviava um fax com os números das contas às quais o dinheiro deveria ser repassado. Posteriormente, entregava a Lanzuolo, em mãos e em espécie, o valor correspondente à sua comissão. O comerciante admitiu não ter declarado à Receita Federal os cerca de US$ 60 mil, recebidos como pagamento pelas operações financeiras. Lanzuolo disse também que não guardou os faxes recebidos, nem mesmo o número do telefone do argentino.
A CPI, presidida pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), foi instalada em 18 de junho passado para apurar denúncias de remessas de dinheiro sem identificação para o exterior. Os depósitos tiveram como destino, preferencialmente, uma agência do Banco do Estado do Paraná (Banestado) em Nova York (EUA). A Operação Macuco, realizada pela Polícia Federal, identificou mais de 20 mil operações de remessa de dinheiro, que movimentaram US$ 30 bilhões, a partir de Foz do Iguaçu, no Paraná, para 137 contas da agência do Banestado nos EUA.
As informações são da Agência de Notícias da Assembléia Legislativa de São Paulo.
17/10/2003
Agência Senado
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