CPI do Banestado vai analisar denúncias contra a Parmalat a pedido do senador Romeu Tuma
O escândalo financeiro envolvendo a Parmalat na Itália será investigado também no Congresso brasileiro. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) já apresentou requerimento para que o Ministério da Fazenda dê informações acerca dos valores enviados pela Parmalat do Brasil para o exterior entre 1997 e 2003. O requerimento deve ser analisado na primeira reunião deste ano convocada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que deverá ocorrer na segunda quinzena de fevereiro.
Segundo Tuma, as fraudes contábeis da Parmalat na Itália tiveram repercussões no Brasil, como apontam as notícias de que a filial brasileira da empresa teria servido para a evasão e lavagem de recursos da matriz na Europa.
- A imprensa tem dado grande destaque não somente às conseqüências sofridas pelos produtores de leite e derivados, mas também aos indícios de fraudes cometidas pela Parmalat Brasil e suas controladas, especialmente no que diz respeito ao envio de recursos para o exterior. É fundamental que os procedimentos contábeis e as atividades financeiras da empresa sejam examinados para verificar se não implicaram fraudes ou ensejaram evasão de divisas com prejuízos para o nosso país - afirmou Tuma.
Apesar de não estar relacionada na pauta do Congresso no período de convocação extraordinária, a CPI continuou trabalhando em dezembro e janeiro. Cerca de 15 técnicos do Banco Central, da Receita Federal e da Polícia Federal, além de assessores do Senado e da Câmara estão promovendo o cruzamento das informações reunidas pela comissão no ano passado. Com esses cruzamentos, está sendo possível, por exemplo, identificar pessoas e empresas que, apesar de terem declarado possuir baixa renda à Receita Federal, enviaram grandes quantias de recursos para o exterior.
03/02/2004
Agência Senado
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