CPI do Futebol chama novamente vice-presidente do Vasco



A CPI do Futebol espera ouvir novamente o vice-presidente de Finanças do Clube Regatas Vasco da Gama, Mário Cupello, em depoimento marcado para a próxima terça-feira (dia 25). Cupello, que depôs na CPI em março, faltou ao depoimento marcado para terça-feira passada (dia 18).

A ausência injustificada do dirigente do Vasco levou o presidente da CPI, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), a pedir auxílio da polícia e da Justiça para que ele compareça à comissão. Caso contrário, poderá ser preso. O presidente da CPI informou que Cupello foi reconvocado devido ao surgimento de novos documentos que comprometem a veracidade das informações de seu depoimento anterior.

Na verdade, em março Cupello respondeu às dezenas de perguntas feitas pelo relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), com duas frases: "Não tomei conhecimento" e "Eu me esqueci".

Entre outras coisas, disse desconhecer o cheque de US$ 110 mil que o Vasco recebeu da Confederação Sul-Americana de Futebol, em 1998. O cheque, com o qual a diretoria do Vasco alega ter pago despesas do clube com o jogo contra o Real Madrid em Tóquio (Japão), foi endossado pelo então vice-presidente de futebol do clube, o deputado federal Eurico Miranda, e acabou depositado em Nova York, em uma conta com nome fantasia de Diamond .

Vice-presidente financeiro do clube há oito anos, Cupello disse não se lembrar do nome do contador do clube, como também não fazia idéia de quanto era seu salário. Alegou que, quando foi convidado para o cargo pelo então presidente Antônio Soares Calçada - o atual é o próprio Eurico Miranda -, avisou que não teria tempo disponível para o clube, onde ia apenas às terças e quintas-feiras, depois das 18h, para assinar cheques e analisar documentos.

No primeiro depoimento, Cupello teve ainda de reconhecer que seu filho é dono de uma empresa que tem direito a 20 % do que recebem e vão receber futuramente todos os jogadores juvenis (até 18 anos) e juniores (até 21), além dos profissionais Helton (goleiro com várias convocações para a Seleção Brasileira) e Maricá, como revelou Althoff na ocasião. Seu depoimento levou Álvaro Dias a dizer que os estatutos e normas internas dos principais clubes de futebol profissional do Brasil são verdadeiras farsas, assim como são fictícios os cargos ocupados por alguns diretores.

21/09/2001

Agência Senado


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