CPI ouve depoimentos sobre apreensão de drogas no Parque Harmonia



A CPI da Segurança Pública, presidida pelo deputado Valdir Andres, ouviu hoje (06) os depoimentos do coronel Ilson Pinto de Oliveira, do major Reinaldo Real Ribeiro, do delegado Alexandre Vieira e do escrivão e atual assessor especial da Secretaria de Justiça e da Segurança, Jorge Quadros. Os depoentes relataram o episódio envolvendo um menor detido pela Brigada Militar traficando drogas no Parque Harmonia durante evento do Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre. A Comissão aprovou requerimento para ouvir, nos próximos dias, os soldados da BM que detiveram o menor e realizaram a apreensão da droga. O coronel Ilson de Oliveira do 4º RPMON, responsável pela segurança de parques e praças da Capital, afirmou ter recebido a informação de soldados do 9ºRPMON de que um menor estaria traficando drogas no interior do Parque Harmonia. Oliveira disse que os soldados o colocaram dentro de uma Kombi para registrar a ocorrência e dirigiram-se para dentro do Parque onde participantes do Fórum manifestaram-se contra a detenção do menor. "Diante do tumulto e do risco que o menor poderia sofrer determinei a sua liberação para evitar um confronto com os participantes do Fórum", declarou Oliveira. O major Reinaldo Ribeiro informou aos deputados que tomou conhecimento do episódio da apreensão através das informações contidas em relatório e destacou não ter tido participação pessoal no caso. O delegado Alexandre Vieira afirmou que, naquele dia, estava de plantão e ficou sabendo do caso através do soldado André Luiz Blazina que resgatou o menor. O brigadiano disse ter recebido ordens do coronel Ilson para liberar o jovem. O soldado comunicou ao delegado que, por determinação do Ciosp (Centro Integrado de Operações da Segurança Pública) a Brigada Militar não autuasse e não registrasse nenhuma ocorrência durante a realização do Fórum Social Mundial. Na oportunidade, o delegado entregou a fita com as declarações do soldado aos membros da CPI. O último depoente, o escrivão de polícia e atual assessor especial da Secretaria de Justiça e Segurança, Jorge Quadros, negou que tivesse participação direta na decisão de liberar o menor. Quadros declarou que teria apenas sugerido à BM utilizar um automóvel para a condução do detento. Para o presidente da CPI, deputado Valdir Andres, a declaração de Quadros não o convenceu. " Ele não trouxe nenhuma explicação plausível de que não teria influenciado na atitude do coronel". Na próxima quinta-feira (09), a partir das 12h, a CPI ouvirá seis testemunhas sobre o suposto envolvimento do Governo do Estado com o jogo do bicho. Deverão prestar esclarecimentos os delegados Edson Ramos de Oliveira, Thiago Firpo, Rodrigo Lorenzi Zucco, Luís Eduardo Santin Benites, Eliomar Franco e Carlos Santana da Rosa.

08/06/2001


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