CPI ouve Tubino na quinta-feira



A CPI da Segurança Pública ouvirá, na quinta-feira (21), o ex-chefe de polícia Luís Fernando Tubino sobre suposto envolvimento do Governo do Estado com o jogo do bicho. O depoimento será realizado na residência de Tubino, em Novo Hamburgo, a partir das 9h30 min. Ontem (18), a CPI ouviu seis testemunhas sobre as irregularidades na compra de material de limpeza pelas escolas estaduais no Rio Grande do Sul. As primeiras testemunhas a depor foram o representante comercial, Nilton Figueiredo dos Santos e o proprietário das empresas Bondman e Multilimpe de Canoas, Willian Edward Vantero Bond. Nilton dos Santos afirmou que no dia 30 de agosto de 2000 entregou à 1ª Delegacia de Canoas cópias dos orçamentos de material de limpeza das empresas Bondman e Multilimpe com o carimbo e o CGC da empresa de sua propriedade Zirca Comércio e Representações de Produtos Químicos. "Estão utilizando o carimbo da minha firma para apresentar orçamentos falsos às escolas públicas estaduais". Nilton da Silva disse que a fraude das empresas Bondman e Multilimpe deve ter atingido aproximadamente 90% das escolas no Estado. O segundo depoente Willian Edward Vantero Bond foi ouvido pelos deputados em caráter sigiloso. A chefe da sessão de Autonomia Financeira da Secretaria de Educação no governo anterior, Laureci Barthman, declarou que não sabe de envolvimento de escolas com empresas que tenham apresentado orçamentos frios e desconhece a informação de que algumas instituições de ensino receberiam brindes dessas empresas. Também do quadro de funcionários da SEC na administração passada, o coordenador da assessoria jurídica, Fábio da Rosa, disse que durante sua gestão não teve nenhum caso de fraude nos orçamentos para as escolas públicas. A CPI também ouviu a coordenadora regional da 27º CE de Canoas, Marina Leal, que afirmou ter recebido denúncia sobre a suposta prática de orçamentos frios. "Depois de recebermos as denúncias encaminhamos correspondência alertando às 80 escolas que pertencem a 27º CE". Conforme a coordenadora, o setor financeiro está realizando levantamento nas escolas locais para verificar se alguma delas está envolvida com as empresas de material de limpeza que forneciam orçamentos falsos. O resultado da pesquisa deve ficar pronta em duas semanas. A última testemunha a depor, na noite de ontem, foi a atual coordenadora da assessoria jurídica da SEC, Inajara Ferreira. Ela confirmou que depois de receber ofício do delegado Rodrigo Zucco sobre a possível fraude na compra de material de limpeza, remeteu correspondência à coordenadora da 27º DE e ao chefe de polícia. "As providências foram essas já que não havia nenhuma escola ou servidor público relacionado com a denúncia". O chefe do departamento de Polícia Metropolitana, delegado Conceição Cardoso Pinheiro e a atual chefe de sessão da Divisão de Financiamento da Secretaria de Educação, Natércia Martins serão ouvidos em outra oportunidade pelos membros da CPI. O presidente da CPI deputado Valdir Andres considerou grave a denúncia do representante comercial Nilton Figueiredo dos Santos. "A CPI tem o dever de averiguar a extensão dos prejuízos causados aos cofres públicos do Estado com a prática dessa fraude". O parlamentar informou, ainda, que o proprietário da empresa Bondman e Multilimpe, William Bond se recusou, baseado no artigo 5º da Constituição, a prestar informações que pudessem incriminá-lo. Segundo Andres, o empresário Bond não quis falar sobre a utilização de carimbos da empresa Zirca Comércio e Representações de Produtos Químicos.

06/19/2001


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