CRE suspende exame de novo embaixador para a Bolívia



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A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) decidiu, nesta quinta-feira (12), suspender temporariamente o exame da indicação do diplomata Raymundo Santos Rocha Magno para embaixador do Brasil na Bolívia. Os senadores querem conhecer, em detalhes, a situação que envolveu a fuga do senador Roger Pinto Molina, que estava asilado na embaixada brasileira em La Paz, em 24 de agosto, junto com o então encarregado de negócios brasileiro Eduardo Saboia.

O fato gerou a queda do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Nesta quinta-feira, foi lido o relatório favorável à indicação do ex-chanceler para a representação brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU).

A decisão de sustar o exame da indicação para a embaixada em La Paz atendeu a sugestão do relator da matéria, senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). O parlamentar acusou o Itamaraty de desrespeitar o instituto do asilo político e de ter-se tornado carcereiro do senador Roger Pinto, que permaneceu 453 dias asilado na embaixada brasileira, no período de 28 de maio de 2012 a 24 de agosto de 2013.

Jarbas acusou também o presidente boliviano Evo Morales de ter-se "especializado" em submeter o Brasil a situações vexatórias, como a revista de três aviões da Força Aérea Brasileira, inclusive um à disposição do ministro da Defesa, Celso Amorim, e a apropriação dos ativos da Petrobras na Bolívia. O senador Luiz Henrique (PMDB-SC) acrescentou nessa lista a "legalização" de carros brasileiros furtados e levados para a Bolívia.

Na avaliação do relator da mensagem, enquanto "a espada de Dâmocles pesar sobre o pescoço de Eduardo Saboia", não for equacionado o impasse Brasil-Bolívia e encontrada uma solução humanitária para o senador Roger Pinto Molina, não existem condições para se indicar um novo embaixador brasileiro na Bolívia. Jarbas esclareceu que a suspensão da discussão não tem relação com as qualificações do indicado.

Os senadores aprovaram ainda requerimento, que será enviado ao Ministério das Relações Exteriores, solicitando uma série de informações. A comissão quer ter acesso às correspondências enviadas por Saboia ao Itamaraty e as respostas dadas ao então encerregado de negócios em La Paz, no episódio da concessão de asilo a Roger Pinto Molina.

Vários senadores, como Pedro Simon (PMDB-RS), Ana Amélia (PP-RS), Luiz Henrique e Eduardo Suplicy (PT-SP), além do presidente da CRE, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), manifestaram apoio à posição de Jarbas Vasconcelos.



12/09/2013

Agência Senado


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