Crime monta centrais de telefone clandestinas no Rio



Crime monta centrais de telefone clandestinas no Rio

A polícia encontrou mais de 20 centrais clandestinas de telefones que vêm sendo usadas por criminosos no Rio. Como não são cadastradas pelas companhias, essas linhas fantasmas são utilizadas para a comunicação de traficantes, seqüestradores e estelionatários porque as chamadas não podem ser rastreadas pela polícia.

A Divisão Anti-Seqüestro (DAS) encontrou uma dessas centrais com cem linhas instaladas. "Isso tem sido comum: quando conseguimos o número usado pelo seqüestrador, descobrimos que ele não tem registro na companhia telefônica", diz um policial. A DAS e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes constataram que até presos do complexo de segurança máxima de Bangu usavam esse sistema para a prática de crimes.

A Telemar e a Vésper negam que existam linhas não cadastradas mas, segundo a polícia, as operadoras ajudam nas investigações. (pág. 1 e 18)


  • As novas metas do racionamento vão afetar mais a classe média do Rio. Por causa do uso de ar-condicionado, o consumo desta faixa cresce até 60% no verão, enquanto a média de aumento do gasto da população da cidade é de 30%. (pág. 1 e 35)


  • Tropas da Aliança do Norte entraram ontem em Kunduz, última cidade que os talibãs controlavam no norte do Afeganistão. Com medo de serem massacrados, cerca de dois mil soldados talibãs se renderam e abandonaram suas armas.

    Centenas de guerrilheiros estrangeiros que lutavam sob o comando da rede terrorista al-Qaeda, de Osama bin Laden, também se entregaram. A Aliança do Norte prometeu não matar os talibãs presos. (pág. 1 e 42)


  • Resultado de sete meses de investigação, um relatório de auditoria feito por fiscais do INSS põe em xeque os administradores da Legião da Boa Vontade (LBV). O documento, assinado pelos auditores Francisco Xavier da Silva e André Pasquale Scavone, disseca irregularidades de 1994 a 2000.

    Comprova, por exemplo, que a LBV usou notas fiscais frias para justificar despesas de R$ 2,6 milhões. A auditoria foi iniciada a partir das denúncias do "Globo" publicadas em março. Os auditores concluem que a LBV deve perder a isenção de tributos previdenciários de que se beneficiou durante os seis anos investigados.

    Eles calcularam a conta devida à União: incluindo os juros, são R$ 138 milhões não recolhidos de contribuição social.

    Os auditores detectaram também que, sob a proteção da filantropia, a LBV fez operações financeiras consideradas impróprias para uma instituição assistencial e ainda comprou bens para usufruto da diretoria, o que também é considerado ilegal. (pág. 3)


  • A auditoria do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) reprovou a falta de empenho da LBV para destinar a maior parte de seus recursos e pessoal para prestar serviços de assistência social. O relatório dos auditores de São Paulo afirma que a entidade se empenha mais para arrecadar recursos do que para fazer assistência social.

    Segundo a fiscalização do INSS, a contabilidade da LBV registra que as despesas em programas sociais não passaram de 10% do total gasto pela entidade. Em 1997, a rubrica programas sociais representava 9,3% das despesas da LBV. No ano seguinte, caiu para 3,2%. Em 1999, representou 3,5%. (pág. 3)


  • A discussão sobre as mudanças no sistema de segurança pública na Câmara está entregue a um grupo de parlamentares com vínculos com corporações policiais: são delegados da Polícia Federal, coronéis e cabos da Polícia Militar, patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal e até ex-secretários de Segurança Pública.

    Para aumentar a pressão, os deputados-policiais arrastam para o Congresso contingentes de policiais para acompanhar os debates, num verdadeiro "lobby" fardado. A sociedade civil está fora desse debate. (pág. 5)


  • O Governo está confiante de que conseguirá aprovar nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que flexibiliza a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Mesmo com a decisão anunciada pelo PMDB de encaminhar voto contra, unindo-se aos partidos de oposição, o líder do Governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), acredita que o projeto terá o apoio da maioria dos deputados.

    Se vencer, o Governo vai comemorar ainda o fato de ter aprovado o projeto em tempo recorde: menos de dois meses de tramitação. Para isso, precisará de metade mais um dos votos dos deputados presentes na sessão. (...)

    O projeto, que chegou à Câmara há um mês e meio, propõe que acordos trabalhistas firmados entre sindicatos de patrões e de empregados prevaleçam - em alguns casos - sobre o que está determinado na CLT.

    Pela proposta, podem ser objeto de negociação entre as partes, por exemplo, a divisão ou redução do período de férias; a forma de pagamento do décimo terceiro salário, desde que seu valor não seja reduzido; remuneração de trabalho noturno e carga horária. (pág. 4)


  • Com 1.100 quilômetros de extensão, o Paraíba do Sul - que contribui com mais de 80% da água do Guandu - é um rio degradado pelo lixo e pelo lançamento de esgoto "in natura" de 152 municípios de São Paulo, Minas Gerais e Rio. O Paraíba também recebe a poluição de 700 indústrias apenas no trecho fluminense, das quais 47 lançam poluentes perigosos. (pág. 2 e 26)


  • O mês de outubro marcou o início da recuperação dos negócios nas empresas do País. Na Adria, fabricante de massas, o mês passado foi o melhor em vendas em 50 anos de atividade. Com a procura maior, a Lupo, que produz meias, está recusando encomendas. No comércio, a Leader Magazine, que previa crescer menos de 8%, agora espera vender até 12% mais. (pág. 2 e 38)


  • O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, estrela da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Doha, no Qatar, diz que a diplomacia do Brasil ganhou mais respeito no exterior. Segundo ele, o País terá mais facilidade para alcançar seus objetivos nas negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e com a União Européia (UE). (pág. 2 e 40)



    EDITORIAL

    "O pesadelo Bangu" - Há 30 anos, o sistema penal do estado do Rio concentrava-se no complexo da Rua Frei Caneca - e era uma vergonha plantada em pleno centro da cidade. (...)

    O arsenal agora descoberto em Bangu III, onde se amontoam 896 internos - uma população dificilmente controlável - mostra que os anos se passaram e os terríveis problemas do sistema penal apenas mudaram de endereço.

    Em horas como essas sempre surgem soluções originais. Uma delas, recorrente, é a da terceirização das penitenciárias. A propósito, pode-se examinar o modelo americano, onde diversas experiências foram feitas. (...) (pág. 6)



    COLUNAS

    (Panorama Político - Tereza Cruvinel) - Olhar no espelho, perceber os sinais do envelhecimento, ajustar o comportamento à idade e ao tempo. Mulheres geralmente fazem isso, homens e governos nem sempre. Ao Governo FHC tem faltado um espelho na condução de muitas relações, principalmente com o Congresso. Quem diz são os aliados, cansados da genuflexão. (...) (pág. 2)


    (Ancelmo Gois) - Por enquanto o fogo consome uma árvore. Mas pode se alastrar pela floresta.

    Para entregar o gás contratado para o programa energético brasileiro, a partir de 2003/2004, é preciso fazer rapidamente um gasoduto que ligue as reservas da Petrobras no sul da Bolívia até o gasoduto principal - aquele que vem para o Brasil.

    É uma corrida contra o tempo. Mas o governo boliviano resolveu sentar em cima do assunto.

  • A ameaça de atrasar o cronograma de suprimento de gás para as termoelétricas é o tema central da primeira visita do presidente Jorge Quiroga ao Brasil, dia 10.

    Ele assumiu em agosto por causa da renúnci a de Hugo Banzer, vítima de um câncer de pulmão. Quiroga, 41 anos, é um intelectual que, inicialmente, causou boa impressão no Itamaraty.

    Mas agora se transformou numa incógnita. (pág. 24)




    11/25/2001


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