Cristovam atribui baixo número de medalhas a falhas na educação
Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o fraco desempenho do Brasil nas Olimpíadas de Londres deve-se à falta de qualidade das escolas brasileiras. O senador comentou nesta segunda-feira (13), em Plenário, os três aspectos que acredita serem pré-requisitos de sucesso nos jogos olímpicos: população grande, Produto Interno Bruto (PIB) e boas escolas onde os talentos esportivos são descobertos.
– A nossa vergonha de ter apenas três medalhas de ouro, quando países muito menores e mais pobres do que o Brasil tiveram um desempenho tão melhor, decorre de que nossas crianças, todas elas, não estão na escola com instalações, com tempo, com orientação para praticarem esportes.
Pessimista, Cristovam admitiu a possibilidade de o desempenho brasileiro melhorar nas Olimpíadas do Rio, em 2016, mas advertiu que o país não verá um salto no quadro de medalhas.
– É com tristeza que digo: esqueçam 2016! Podemos fazer uma festa até melhor, até por que vamos gastar R$ 60 bilhões para fazer a Copa, mas, não vai dar tempo de conseguir um conjunto de atletas em condições de obter muitas medalhas – previu.
Para o senador, o investimento que visa às medalhas olímpicas precisa começar com crianças de cinco anos de idade, que levarão mais 15 anos até disputar competições mundiais.
– Então, não será na próxima, nem na seguinte, nem na seguinte. Talvez a seguinte, se a gente começasse a fazer hoje, mas ninguém está vendo quem quer que seja falando em começar hoje pela escola.
Cristovam observou que, pelo PIB, o Brasil deveria ter sido o sexto país do mundo na classificação geral de medalhas; se a base de cálculo fosse o tamanho da população, o país deveria ter sido o quinto melhor. Segundo ele, a 22ª posição deve-se às falhas da escola, onde os talentos deveriam ser identificados.
- Pela prática desportiva desde idade muito pequena na escola, surgiriam aqueles que demonstram talento. Quase tudo que exige muito talento exige também a identificação desse talento na primeira infância e o seu acompanhamento ao longo da idade. A fábrica de campeões chama-se escola.
Ao finalizar, Cristovam fez um mea culpa em nome dos políticos, que, segundo ele, deveriam ser os responsáveis por transformar as escolas em celeiros de atletas.
– Quem tem de pedir desculpas ao povo brasileiro não são os atletas, como fez Diego Hypólito. Somos nós, os políticos, os dirigentes deste país, que não temos investido, ao longo de 50 anos, na educação das nossas crianças para que tenham seu talento identificado e acompanhado.
13/08/2012
Agência Senado
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