Cristovam Buarque lembra Getúlio e diz que 'chegou a hora de uma nova inflexão no país'




Ao lembrar os 56 anos do suicídio do presidente Getúlio Vargas, ocorrido no dia 24 de agosto, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou que "chegou a hora de uma nova inflexão, como ocorreu com Getúlio Vargas", quando o Brasil passou de um país rural para um país que entrava na era industrial. Agora, ponderou, temos de sair da fase das indústrias mecânicas tradicionais para a indústria de alta tecnologia.

- E a base desta nova inflexão será a educação. Não podemos mais continuar produzindo equipamentos mecânicos. Não podemos continuar exportando minério para a China e importando aço e máquinas sofisticadas. Temos de produzir máquinas que empregam alta tecnologia e exportá-las. Uma nova era com sofisticação industrial e, ao mesmo tempo, respeito ao meio ambiente - recomendou o senador.

Cristovam Buarque se disse "getulista", reconhecendo as conquistas sociais e econômicas introduzidas por Getúlio Vargas, mas não desculpando "certos gestos do primeiro governo" do ex-presidente, marcado por autoritarismo e repressão política.

Lembrando que se comemora neste 25 de agosto o Dia do Soldado, o senador observou que, com "a nova inflexão", as Forças Armadas obrigatoriamente precisarão "não do soldado que tenha boa pontaria", mas daquele que sabe manusear armamentos que dependem de computadores. "O novo soldado que defende o país não é aquele que aperta o gatilho, mas que sabe mexer nas teclas de computadores, que usa GPS", explicou.

Cristovam Buarque voltou a recomendar que as Forças Armadas criem setores não militarizados para receber e formar jovens em profissões técnicas. "Muitos deles, sem isso, não teriam outro caminho a não ser o crime." Ele acrescentou que esses jovens passariam a ter "disciplina, formação ética e moral, companheirismo e amor ao coletivo nacional".

- Defendo essa idéia há anos, mas os críticos disseram que eu estava querendo transformar as Forças Armadas em babá de pobres. Eu disse: não é babá de pobres, e sim educador de jovens. E deveríamos colocar não só os pobres nisso, mas todos os jovens - afirmou.



25/08/2010

Agência Senado


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