Cristovam Buarque: país precisa investir em tecnologia e inovação para superar crise




Diante da estagnação, neste trimestre, da economia brasileira, que sofre efeitos da crise internacional, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) nesta quarta-feira (7) em Plenário observou que o Brasil poderia compensar o mau momento, de baixo crescimento, com ações em outros aspectos da vida social do país.

- Precisamos que a economia seja dinâmica para que, criando renda, possamos comprar aquilo de que precisamos. Mas a parte pública dos bens oferecidos, como a paz no trânsito, como a redução da criminalidade, como a melhoria da escola pública,
como um sistema de saúde que funcione. Essa parte, sendo pública, não é refletida no PIB na sua totalidade - analisou.

Cristovam avalia que o Brasil só irá superar a crise internacional com investimentos em produtos de alto valor agregado. Para isso, torna-se necessário investir mais em educação, desde o nível fundamental até o nível universitário, sem o que não se terá mão de obra qualificada para os níveis cada vez mais especializados que o mercado exige.

- A economia está bem, mas não vai bem porque a educação não está dando o salto necessário e o apagão de mão de obra é a prova melhor de que a falta de educação levará a um freio na economia em algum momento no futuro. E, sobretudo, a economia não vai bem porque nós não conseguimos ter a nossa sociedade como uma sociedade de inovação - avaliou.

Para o senador, o país está capacitado somente para atender o que os demais países estão dispostos a comprar, e não para surpreender o mercado oferecendo o que os consumidores sequer "sintam que têm necessidade".

- O único item de ponta em tecnologia são os aviões da Embraer [Empresa Brasileira de Aeronáutica S. A.], que respondem por 1,3% do Produto Interno Bruto. O resto da balança [de exportações] são produtos tradicionais: ferro, soja, açúcar, café, - Aí está uma amarra fundamental. Não vimos medidas certas para a gente enfrentar [a crise] - ponderou.

Enquanto o mercado internacional, insistiu o parlamentar, requer bens de alta tecnologia, conforme exemplificou.

- O que garante demanda é o produto novo, é o tablet, e nós não temos os produtos novos. Nós compramos tudo que é intensivo em conhecimento científico, desde os remédios, desde os equipamentos médicos, desde os sistemas de telecomunicações, desde esses aparelhos todos que nós usamos - criticou.



07/12/2011

Agência Senado


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