Cristovam Buarque pede que Lula não deixe morrer o sonho dos Cieps



Numa nova homenagem ao ex-governador Leonel Brizola, morto na semana passada, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) apelou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que não abandone o projeto de oferecer educação de qualidade e em tempo integral a todas as crianças.

- O meu desafio é que o presidente não deixe morrer o sonho e o compromisso que assumiu com o povo brasileiro.

Cristovam Buarque observou que, durante o enterro de Brizola, quando seu esquife parou em frente ao primeiro Ciep (Centro Integrado de Ensino Profissionalizante) por ele inaugurado, mais de um popular foi entrevistado pela televisão dizendo que o Brasil seria diferente se os governos seguintes tivessem prosseguido na criação dessas escolas.

O que espanta Cristovam Buarque é que agora, em sua avaliação, o mesmo se pode dizer dos Cieps do governo Lula, com uma diferença - a de que não vai ser preciso esperar o próximo presidente para paralisar o programa do governo do Partido dos Trabalhadores. O programa está parado desde agora.

- Este ano, dentro do governo do presidente Lula, o Ciep de Lula foi abandonado. O dinheiro transferido em dezembro do ano passado não chegou a todos os municípios, porque está parado nos estados, porque o Ministério da Educação não está cuidando para que os governadores transfiram esses recursos.

Mais grave ainda, na opinião do senador e ex-ministro da Educação do governo Lula, é que nenhum novo acordo para implantação de Ciep foi feito com nenhuma nova cidade brasileira. E os R$ 244 milhões reservados a esse programa, de acordo com o ex-ministro, tiveram gasto zero.

- Nenhum centavo foi gasto para levar adiante os Cieps do presidente Lula. Tudo indica que ainda neste segundo semestre o governo Lula vai propor realocar esses R$ 244 milhões. E o Ciep de Lula morrerá ainda no segundo ano de seu governo. Como morreu o Ciep de Brizola no governo que o sucedeu.

O senador informou que, no primeiro ano do governo Lula, foram dados os passos necessários para levar adiante a idéia de horário integral em todas as escolas do Brasil, começando já em 2003. Cristovam Buarque apelou aos senadores e ao governo para que não deixem morrer essa idéia, que brotou dos sonhos de Anísio Teixeira, Darcy Ribeiro, Leonel Brizola e que foi também, no começo do atual governo, um sonho do próprio presidente Lula.



28/06/2004

Agência Senado


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