Cristovam Buarque propõe pacto nacional contra a inflação
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ocupou a tribuna, nesta quinta-feira (3), para propor um pacto nacional pela estabilidade monetária no país. Ele disse que é necessária a união de todos os segmentos da sociedade para evitar que o retorno da inflação corroa o poder de compra dos salários, principalmente dos mais pobres, e, inclusive, do piso salarial para professores aprovado na quarta-feira (2) no Senado.
De acordo com o parlamentar, há algumas fontes principais de pressão inflacionária que precisam receber atenção das autoridades e agentes econômicos: os preços do petróleo e dos alimentos; as taxas de juros e de câmbio e os gastos públicos.
Para o controle do preço do petróleo, Cristovam sugeriu que a Petrobras examine a possibilidade de não reajustar o combustível na mesma proporção do mercado internacional. Isso seria possível, em sua opinião, porque hoje o Brasil já atingiu autonomia na produção de petróleo. Com relação aos alimentos, ele julgou possível contar com a colaboração dos produtores na aceitação de taxas menores de lucro.
- No caso dos alimentos, temos que fazer um pacto para que os produtores brasileiros não aumentem os produtos que vão ser vendidos aqui dentro na mesma proporção que eles aumentarão para vender lá fora - disse.
Tratando do uso da taxa de juros como instrumento de controle inflacionário, Cristovam chamou a atenção para o fato de que a sua elevação somente se mostra eficaz para debelar pressões inflacionárias de demanda, mas não para pressões originadas do aumento de custos.
Com relação à taxa de câmbio, Cristovam ressaltou sua capacidade - na hipótese de valorização do real - de forçar a baixa de preços de produtos nacionais, devido ao aumento da concorrência com importados.
Cristovam chamou a atenção principalmente para a importância da contenção de gastos públicos, em sua opinião, a principal fonte de aumento da inflação.
03/07/2008
Agência Senado
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