Cristovam cobra reação do Legislativo contra intervenções indevidas do Executivo e do Judiciário
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) conclamou os membros do Poder Legislativo a reagirem contra as intervenções de que vem sendo alvo por parte do Executivo e do Judiciário, segundo ele de forma recorrente e indevida. O apelo foi feito em Plenário, nesta sexta-feira (17), em discurso em que citou como exemplo de ações que desequilibram as relações entre os poderes as medidas provisórias do governo e as liminares que interferem em assuntos internos do Legislativo.
Cristovam fez referência à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para que fosse interrompido, na véspera, o depoimento do caseiro Francenildo Santos Costa na CPI dos Bingos. Também citou liminar expedida por juiz federal que suspendeu, nesta sexta-feira (17), as prévias em que PMDB faria a escolha, no domingo, de seu candidato no próximo pleito presidencial.
Ao mesmo tempo, o senador propôs uma reflexão sobre os motivos que dão causa às intervenções. Para ele, isso vem ocorrendo porque o Legislativo está distante dos problemas concretos da população. Com isso, avaliou Cristovam, o Congresso perdeu o respeito da opinião pública e, por conseqüência, encontra-se fragilizado diante das investidas dos outros dois poderes.
- O povo não está vendo essa casa como a verdadeira representante de suas causas. Aqui não discutimos e não atentamos para os problemas que afligem a população - afirmou.
Cristovam chegou a sugerir que seja colocado em plenário um grande painel com informações sobre assuntos públicos de relevância, como o número de desempregados no país e a quantidade de crianças fora das escolas. Também destacou que o Brasil enfrenta uma guerra civil. Disse que essa guerra causou a morte, por assassinato, de 800 mil pessoas nos últimos 25 anos. Segundo ele, há um genocídio em que a maioria das vítimas são pobres, negros e jovens.
- Quero que essa Casa seja forte, mas é preciso reconhecer que não estamos fazendo o dever de casa com a correção que o povo que nos elegeu merece - finalizou.
17/03/2006
Agência Senado
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