Cristovam conclama o Senado a procurar uma bandeira de luta
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) lamentou o fato de o Congresso Nacional estar vivendo um momento bastante negativo em relação a sua avaliação pela opinião pública. Segundo ele, o Poder Legislativo tornou-se o Poder menor da República, "imprensado" entre as medidas provisórias do Executivo e as liminares do Judiciário.
- Algo precisa ser feito para recuperar nossa credibilidade junto ao povo. Não vamos sair desse atoleiro da opinião pública se não elegermos um objetivo para perseguir. Precisamos identificar, com urgência, uma bandeira para desfraldar. Eu proponho um trabalho direcionado para assegurar que todos os brasileiros tenham direito à mesma chance, à mesma oportunidade na vida - destacou.
Segundo Cristovam, a falta de causas está sendo a tônica do trabalho do Senado, onde não está havendo debate de idéias. Ele lembrou que o Senado foi a Casa da consolidação da Independência, da abolição da escravatura, da transferência da capital para Brasília e do debate sobre reformas de base, em suma, de todas as causas importantes do Brasil desde seus primórdios.
O senador pelo Distrito Federal disse que o bloco partidário ao qual ele pertence (PDT, PSB, PSOL ePCdoB) está escolhendo, neste momento, a causa que vai abraçar, debatendo com seus integrantes para identificar "a chama da qual desejam cuidar". Para Cristovam, os integrantes do bloco não querem fazer como o PSDB, "que está sem causa, debatendo apenas o nome do próximo candidato à Presidência".
Ao dizer que faltam causas a serem debatidas no Senado, Cristovam lembrou que o objetivo comum da classe política durante décadas, no Brasil, foi o desenvolvimento econômico, alguns defendendo a opção pela esquerda política, outros, pela direita. Hoje se sabe que o desenvolvimento não trouxe bem-estar à população; trouxe violência urbana inaudita antes de mais nada, enfatizou.
O senador pelo DF disse que o desafio atual do Brasil é conseguir dar a mesma chance a cada brasileiro. E defendeu que isso será possível através da educação.
- O país está ficando para trás, porque a base do século XXI é a tecnologia de ponta e nós estamos ainda lutando pela educação básica. A sociedade do conhecimento começa com educação obrigatória longa e de qualidade, como fizeram o Japão e a Coréia do Sul - afirmou.
Cristovam repudiou, ainda, a decisão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de fechar a emissora de TV mais popular do país, a Rádio Caracas Televisão (RCTV). Ele destacou ser contrário a qualquer fechamento de emissora de rádio ou TV por entender que até a mais simples rádio comunitária presta um serviço relevante à população local devendo, portanto, ser incentivada pelas autoridades.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) também disse que a bandeira dos políticos deve ser a educação. Ele mencionou o caso do Chile, onde todo cidadão deve, compulsoriamente, freqüentar a escola por 12 anos de ensino, e o estudo de uma segunda língua é obrigatório. Por isso, o Chile representa a Suíça da América Latina, nos dias de hoje, disse.
01/06/2007
Agência Senado
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