Cristovam defende movimento para revolucionar a educação no país
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu em Plenário, nesta sexta-feira (21), que o Brasil institua o "educacionismo" - termo criado pelo senador em referência ao movimento abolicionista, que levou, em 1888, à abolição da escravatura no Brasil. Segundo Cristovam, a expressão define a luta política para levar a educação de qualidade a todo o país, em complementação à abolição da escravatura.
O senador disse que, apesar de a sociedade brasileira estar cansada de corrupção e inflação, entre outras dificuldades enfrentadas, ainda não despertou para a solução desses problemas, que, em sua visão, passa pela reforma da educação.
- No lugar do movimento "Cansei", devemos fazer um movimento "Despertei" - disse.
O que Cristovam chama de educacionismo é garantir que as cidades brasileiras sejam voltadas para a educação, "com todas as escolas de mesma qualidade,com suas praças voltadas para a educação, com um pequeno teatro, uma orquestra, uma biblioteca". Ele acredita que, se houver vontade política, é possível um governo modificar o perfil educacional de 1.000 cidades em quatro anos. Se isso for feito, na opinião de Cristovam, os governos que vierem em seguida continuarão com a reforma, da mesma forma que aconteceu com a construção de usina hidrelétrica de Itaipu, de Brasília, e em ações, por mais de 50 anos, para se alcançar a auto-suficiência de petróleo pelo país.
- Por que não podemos fazer o mesmo com sucessivos governos construindo a auto-suficiência intelectual, a auto-suficiência da educação? [Isso] é possível - observou Cristovam.
Cristovam lembrou que existe apenas a palavra "educador" nos dicionários da língua portuguesa, sem qualquer referência a expressões como "educacionismo" e "educacionista", mas o senador considera que educador é o profissional que torna melhor a escola na qual trabalha, enquanto o "educacionista" quer melhorar todas as escolas do país.
Em aparte, o senador Marco Maciel (DEM-PE) ressaltou que Joaquim Nabuco, conhecido como um dos defensores do fim da escravidão no Brasil, tinha a convicção de que a abolição só se completaria com a educação e a inserção das pessoas no mercado de trabalho. Maciel aposta que em breve o termo cunhado por Cristovam será incluído no dicionário.
21/09/2007
Agência Senado
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