Cristovam defende permanência do PDT na oposição
"Se a maioria do PDT decidir que deve entrar no governo, eu não vou sair do partido; mas peço aos governadores, prefeitos e parlamentares que defendem o apoio ao governo que digam também que, se o partido resolver ficar na oposição, eles continuarão no PDT". O pedido foi feito pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, da tribuna, nesta segunda-feira (27), enumerou motivos para justificar sua posição contra o ingresso do Partido Democrático Trabalhista na base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A primeira razão citada por Cristovam para o PDT permanecer na oposição foi o fato de o presidente Lula, após tomar posse em 2003, ter "ignorado, relegado, desprezado tratado mal, desrespeitado" o então presidente do partido, Leonel Brizola, que o apoiou no segundo turno da eleição de 2002. O senador também constatou que, nos quatro anos do seu primeiro mandato, Lula deixou de cumprir várias promessas e compromissos assumidos.
Uma outra razão alegada pelo senador foi a necessidade de algum partido continuar na oposição para carregar a bandeira da esperança, da novidade e do sonho em um país diferente por meio de uma revolução educacional. Cristovam também destacou que, no momento em que todos os partidos aderirem ao governo, a democracia perderá força e deixará de existir no país.
- Há uma razão que justificaria o PDT fazer parte do governo, mas essa razão também é a mais importante para o nosso partido não participar dele. Muitos parlamentares, prefeitos e governadores que temos têm dito que, sem entrar no governo, não terão recursos para governar. Se para exercer o cargo de prefeito recebendo recursos da nação for preciso estar junto do presidente, ele não merece que a gente esteja lá - opinou Cristovam.
Em aparte, o senador Tião Viana (PT-AC) declarou que o papel do presidente Lula como dirigente é construir uma coalizão que garanta a governabilidade. Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) registrou que uma oposição afirmativa e investigativa que denuncie, critique e aponte desmandos é fundamental para que o presidente possa governar com transparência e segurança. Sibá Machado (PT-AC), por sua vez, assegurou que jamais o presidente Lula tentará cooptar qualquer partido.
27/11/2006
Agência Senado
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