Cristovam diz que governos precisam cuidar também das crises ecológica e social



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) reconheceu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi capaz de tomar as medidas necessárias e de criar o clima psicológico adequado para que o Brasil se recuperasse mais rapidamente da crise mundial, mas disse que é preciso cuidar também de outras dimensões da crise - a ecológica e a social. Em discurso nesta segunda-feira (14), chamou a atenção para "a miopia" de quem vê a crise apenas do ponto de vista da economia e das finanças.

- A produção continua com os mesmos produtos depredadores da natureza. O PIB [Produto Interno Bruto] aumenta, o país sai da crise, mas aumenta o aquecimento global. Se, por um lado, devemos louvar que, do ponto de vista econômico, a crise começou a ficar menor, que começamos a sair da recessão e a retomar o crescimento, por outro não estamos dando os saltos que deveríamos dar do ponto de vista do bem-estar do povo - afirmou.

Cristovam disse que o acirramento das crises ecológica e social no mundo inteiro tem de ser enfrentado.

- Estamos saindo da crise econômica do ponto de vista do aumento da produção, mas estamos mergulhando mais fundo ainda na crise mais complexa, mais grave, que é a crise do aquecimento global, da desertificação, da desarticulação da agricultura, do aumento do nível dos mares. É uma crise que a gente não pode esquecer. A outra crise que a gente não pode esquecer é a crise social. Os países estão se recuperando na economia, mas não estão enfrentando o problema da pobreza - alertou.

O senador afirmou também que 2010 é o momento de discussão sobre o que se quer para o futuro do Brasil. Ele lamentou que o Senado não esteja participando desse debate e que muitos partidos estejam "fugindo da responsabilidade" de apresentar candidatos à Presidência da República "para que ideias sejam trazidas, debatidas, e, quem sabe, sejam vitoriosas, também". Cristovam disse ainda esperar que Mão Santa (PMDB-PI) seja lançado candidato pelo partido ao qual deverá filiar-se, para que haja vários candidatos, com diferentes visões, no debate sobre um projeto de Nação.



14/09/2009

Agência Senado


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