Em apartes a Aécio, senadores do PT comparam governos na condução da economia durante crises



Em apartes ao discurso feito pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) nesta quarta-feira (6), no Plenário do Senado, o líder do PT, senador Humberto Costa (PE), e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sublinharam diferenças entre os governos do PSDB e do PT, especialmente quanto à condução das crises internacionais, à geração de empregos e à mobilidade social.

Humberto Costa cumprimentou Aécio pelo pronunciamento e disse reconhecer nele o melhor quadro da oposição no país. Apesar de afirmar que o discurso abre possibilidade de debate qualificado entre oposição e governo, o líder do PT no Senado disse que as qualidades de Aécio não lhe dão o direito de "ser injusto". A seguir, o líder do PT fez comparações entre o que chamou de "Brasil do passado" e "Brasil do presente".

- Vossa Excelência, numa figura de retórica que eu reputo como bonita, disse que, sempre que o PT foi chamado a escolher entre o Brasil e o PT, o PT ficou com o PT. Acho que essa frase seria mais bem construída se nós fizéssemos o debate não entre o Brasil e o PT, mas sobre que Brasil é o Brasil do PT e que Brasil é o Brasil do PSDB - disse Humberto Costa.

Nas comparações, o senador disse que o Brasil tinha milhões de desempregados e hoje é o país dos 15 milhões de empregos gerados com carteira assinada. Humberto Costa também comparou a relação dívida pública/PIB durante as crises de 1998 e de 2008, de 50,4% e 37%, respectivamente, e disse que o Brasil, hoje, é reconhecido internacionalmente.

Privatizações

Gleisi Hoffmann qualificou como "elegante" o discurso de Aécio Neves e elogiou a iniciativa de reconhecer as realizações de governos anteriores. Ela disse não ter problemas em reconhecer avanços do governo de Fernando Henrique Cardoso, como a continuidade do Plano Real e a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas afirmou que "nem tudo são flores" e que algumas questões, como a das privatizações, não foram contempladas no discurso.

- Foi uma transferência do patrimônio público para o patrimônio privado financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento [Econômico e] Social. Também não se colocou a forma escandalosa como nós tivemos a aprovação da reeleição no Congresso Nacional, mudando as regras no jogo no momento em que o jogo estava se dando - ponderou.

A senadora também disse que não viu a contundência do discurso desta quarta-feira em momentos de debate perante a opinião pública, como durante as eleições. Gleisi Hoffmann afirmou que o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva utilizou a estabilidade conquistada em governos anteriores para promover a inclusão social.

- Foi muito diferente a condução do presidente Lula no enfrentamento a uma das maiores crises internacionais da que nós tivemos com o governo do PSDB. Naquele momento, o governo do PSDB aumentava juros, restringia crédito e diminuía investimentos públicos. Com o governo Lula, foi uma política anti-cíclica - afirmou.

União das oposições

O senador Itamar Franco (PPS-MG) recordou a situação do Brasil antes do Plano Real, quando a inflação chegava a quatro por cento ao dia, e disse que a situação não quer o debate, mas o monólogo. O senador chamou os partidos de oposição à união pelo interesses do país.

- Esperamos, senador Aécio, que a partir do seu discurso, a oposição se torne realmente oposição, porque, até agora, nós não ordenamos a oposição brasileira. Nós precisamos somar o nosso pensamento na defesa dos interesses nacionais - pregou.



06/04/2011

Agência Senado


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