Cristovam elogia debate sobre política de salário mínimo



Preocupado com a limitação dos debates no Parlamento ao que chamou de "dois vícios: o corporativismo e o imediatismo", que impedem, a seu ver, a implementação de políticas de desenvolvimento de longo prazo para o país, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) enfatizou, nesta quinta-feira (25), a importância dos trabalhos que vêm sendo realizados na Comissão Especial Mista de Valorização do Salário Mínimo.

Na avaliação do senador, o debate sobre o salário mínimo recebe no âmbito dessa comissão a oportunidade de estabelecer no país uma política permanente de valorização da remuneração do trabalhador. Para tanto, de acordo com o senador, é necessário entender O salário mínimo de uma forma mais abrangente, para além do valor monetário do contracheque, incluindo em seu valor a oferta de serviços públicos que garantam ao trabalhador educação, saúde e segurança de qualidade, com responsabilidade fiscal.

- O Senado não é feito só de CPIs [Comissões Parlamentares de Inquérito], embora sejam necessárias, mas de outras comissões, como essa que estuda a política do salário mínimo. A política brasileira está muito prisioneira do imediatismo e do corporativismo, mas nessa comissão estamos tentado trabalhar em longo prazo e na totalidade: levando em conta o salário monetário, o salário dos serviços públicos, o salário social de criação de empregos, o salário dos aposentados, a necessidade de se manter o valor monetário do salário e o crescimento econômico - disse.

Cristovam também alertou para a inflação, como um dos grandes inimigos do trabalho assalariado. Para ele, a inflação é uma das manifestações mais perversas da corrupção, uma vez que "rouba um pouquinho de todos", sem que uma percepção mais consciente por parte da população.

- O dinheiro do rico é como gelo no congelador. O dinheiro do pobre é gelo na mão, derrete - disse.

Nessa linha, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) comentou que, se uma lei abaixasse em 10% o salário dos senadores, haveria uma comoção pública, mas uma inflação do mesmo percentual, com os mesmos efeitos concretos, acaba passando despercebida pelo trabalhador.

Em aparte, o relator da Comissão do Salário Mínimo, senador Paulo Paim (PT-RS) registrou que a próxima audiência pública do colegiado se dará em Manaus (AM), no próximo dia 5 de junho. Já o senador Marcos Guerra (PSDB-ES), alertou para a gravidade do desemprego entre a população de 35 a 55 anos.

25/05/2006

Agência Senado


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