Cristovam: Mais do que um político ACM era um líder



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) afirmou, em discurso no Plenário, que o Senado estava tendo, nesta quarta-feira (8), a oportunidade de prestar uma homenagem não a um grande político, mas a um grande líder. O senador fez a afirmação durante a sessão especial em homenagem ao senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 20 de julho em decorrência de complicações renais e cardíacas.

-Muito mais que um político, líderes deixam marcas - disse Cristovam, enumerando em seguida as marcas que Antonio Carlos teria deixado para ele e para sua geração.

A primeira marca deixada por Antonio Carlos, conforme Cristovam, foi a de um "político jovem do movimento militar", nele que militava em campo político contrário. A segunda marca, foi a do "administrador competente". A terceira marca foi a do processo de redemocratização do país, quando Antonio Carlos percebeu que era chegada a hora de o Brasil "abraçar a democracia", a qual aderiu "com gestos e discursos enfáticos, na hora certa".

A quarta marca, enfatizou Cristovam, foi o apoio recebido de Antonio Carlos quando foi eleito governador do Distrito Federal. O parlamentar assinalou que a quinta marca deixada nele por Antonio Carlos foi "a que mais marcou": a elaboração do projeto que criava o Fundo de Combate à Pobreza, em comissão presidida por Antonio Carlos. A sexta marca foi a aprovação do projeto e a constituição do fundo que, segundo Cristovam, mais tarde serviria de exemplo para os movimentos de transferência de renda que o Brasil tem apresentado ao mundo. Antonio Carlos imprimiu uma sétima marca em Cristovam, a de sua simpatia. O senador disse que só quem conviveu de perto com Antonio Carlos pode percebê-la.

Por fim, a oitava marca que Antonio Carlos lhe deixou, disse Cristovam, foi a marca da ausência. Ele lembrou que o senador baiano era um daqueles que se reuniam em situações difíceis e saíam das reuniões com orientações que eram postas em prática.

- A ausência é algo mais que a saudade. A saudade é uma lembrança. A ausência é não saber como vai ficar o lugar que a gente está sem aquela figura ali por perto - disse o senador.

Cirstovam elogiou a competência com que Antonio Carlos conduziu o processo político brasileiro na oposição e no diálogo com o governo. Para ele até mesmo o governo, a quem Antonio Carlos fazia oposição, sentirá sua falta, pelo interlocutor que ele foi, não apenas pelos erros que apontava.



08/08/2007

Agência Senado


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