Cristovam pede atenção para a segurança nas escolas



O julgamento, nesta quarta-feira (11), de três dos quatro acusados do assassinato do professor Carlos Mota, ocorrido em junho de 2008 no Distrito Federal, levou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) a fazer um discurso pregando medidas urgentes para garantir a segurança nas escolas.

Mota, então com 44 anos, era diretor do Centro de Ensino Fundamental do Lago Oeste, agora rebatizado com o seu nome, quando foi morto na própria casa, em uma chácara da região. Segundo o jornal Correio Braziliense, a Polícia chegou ao motivo do crime: uma discussão entre o professor e um traficante, que teria ido ao colégio cobrar dívidas de estudantes.

- Carlos Mota era um professor muito especial, que conseguiu mudar a escola, integrando-a com as famílias dos alunos e desenvolvendo programas que os ensinavam a enfrentar os problemas da atualidade - lembrou Cristovam.

O parlamentar observou ainda que os réus chegaram a confessar porque assassinaram o diretor: Mota tentava impedi-los de traficar dentro do colégio.

- O que está em julgamento hoje na cidade de Sobradinho [local do fórum] é muito mais do que o assassinato de um professor. O que está em julgamento é a demonstração deste país e da nossa Justiça se queremos ser tolerantes ou não com a violência nas nossas escolas - frisou o senador.

O fato de que os jovens brasileiros fogem da carreira do Magistério pelo medo da violência, pelas más condições de trabalho e pelos baixos salários não está sendo percebido pela classe política, segundo o parlamentar. Mas a sociedade assiste alarmada ao cerco da violência às instituições de ensino

Uma pesquisa recente da Unesco, braço da ONU para o setor educacional, mostrou que 55% dos alunos brasileiros sabem que existem armas na escola ou ao redor da escola e que 75% dos alunos dizem poder recorrer a armas, se necessário for. Conforme o parlamentar, 36% dos estudantes de Brasília já ouviram tiros dentro ou ao redor de suas escolas, percentagem maior do que em países em guerra; 40% dos professores consideram que o problema mais grave hoje na educação brasileira é a existência das gangues; e metade dos professores de São Paulo já sofreu algum tipo de agressão na escola.

- Em Brasília, 40% dos diretores admitem que há drogas nas escolas. Que quadro é esse? Que Brasil está nascendo daí? - questionou o senador.

O parlamentar lamentou a degradação das escolas quebradas e notou que não vê shoppings, cinemas ou estações de metrô depredadas. Para mudar esse quadro, o senador apresentou projeto (PLS 191/08) que cria uma agência federal para a segurança escolar no Brasil. O projeto tramita na Comissão de Educação, Cultura e Esportes, onde receberá parecer do senador Valter Pereira (PMDB-MS), que elogiou a iniciativa em aparte ao discurso de Cristovam.

- Não dá para deixar o problema da segurança escolar nas mãos dos prefeitos, dos governadores, com os poucos recursos que eles têm. Nós precisamos ter uma instituição com a força da Presidência da República, com os recursos do governo federal - justificou Cristovam.



11/02/2009

Agência Senado


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