Cristovam analisa resultado do Enem e pede federalização das escolas



"Não há saída para a educação brasileira a não ser através da federalização das atuais escolas públicas municipais e estaduais". O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) fez essa constatação ao analisar o resultado do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) 2008, que, segundo ele, classificou as escolas federais como as melhores do país, em média.

O senador informou que a média alcançada pelas escolas federais no Enem foi 63,59, em um total de 100. As escolas estaduais e as municipais, assinalou, teriam atingido apenas 47 pontos, contra 61 da média das particulares. Ele alertou que o resultado não significa que os colégios federais são os melhores do país, mas que, na média geral, as escolas ligadas à União têm nota melhor que as privadas.

- Não há saída para a educação brasileira a não ser através da federalização das atuais escolas públicas municipais e estaduais. Não há alternativa! Os estados e os municípios não têm recursos para dar o salto que a educação precisa. Essa é a batalha que eu venho travando há anos, sem demagogia de dizer que isso será feito por um ato, como a princesa Isabel fez ao acabar com a escravidão; sem a mentira de dizer que isso pode ser feito em um ano, dois anos, três anos - afirmou Cristovam Buarque.

O senador estima que no máximo em 20 anos seria possível federalizar todas as escolas do país. Sua sugestão é que a implantação deveria começar por municípios inteiros. Ele propõe que a cada ano o governo federal promova concursos com vagas para 100 mil professores. Eles seriam lotados em 250 cidades de médio porte, e atenderiam a 3 milhões de crianças de 10 mil escolas.

Contratando 100 mil professores a cada ano, explicou Cristovam, em 20 anos todos os 2 milhões de professores do país teriam sido contratados a partir de uma seleção federal e estariam recebendo salários equivalentes aos dos professores de instituições de ensino federais. Mas federalizar as escolas e melhorar a qualificação dos professores não é suficiente, segundo o senador.

- É preciso que nessas cidades para onde esses novos professores iriam, todas as escolas passem a funcionar em horário integral. Todas deveriam ter os seus prédios bonitos, bem equipados e os seus equipamentos modernos. Se fizermos isso: professores bem formados, bem preparados e bem dedicados - cabeça, coração e bolso - acaba a indisciplina e a má qualidade que caracterizam a escola hoje - declarou Cristovam.



30/04/2009

Agência Senado


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