Cristovam pede calma para evitar conflito entre o Brasil e a Bolívia



"Há momentos em que o papel de um líder é o de insuflar o povo de seu país talvez até a guerra, se for preciso; mas há o momento de acalmar para evitar que conflitos, sobretudo com povos vizinhos, aumentem". A segunda alternativa, na avaliação do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), é a que melhor cabe hoje para o Brasil no conflito estabelecido desde que a Bolívia decidiu nacionalizar suas reservas de gás.

O senador pelo Distrito Federal levantou a hipótese de ocorrer um apagão em qualquer hidrelétrica brasileira e se espalhar o boato de que o problema foi causado por Evo Morales. No caso, previu, bolivianos poderão ser constrangidos ou sofrerem violência nas ruas de cidades brasileiras. Se isso ocorrer, advertiu, a mesma situação poderá ser repetida contra brasileiros que moram em território boliviano.

- Se houver violência contra dois ou três de um país e dois ou três do outro, não sabemos como vai terminar esse conflito que há hoje entre o governo boliviano e uma empresa brasileira. Lógico que a Petrobras não é uma companhia qualquer, ela é produto da luta de várias gerações. Mas esse conflito é uma questão de mercado e não uma briga entre povos - afirmou Cristovam Buarque.

Na avaliação de Cristovam Buarque, o presidente boliviano Evo Morales cometeu um equívoco ao imaginar que, após o processo de globalização, poderia nacionalizar refinarias impunemente. Só que o senador observou que, como a medida foi tomada e a população da Bolívia está defendendo, o problema não é do Brasil, mas do próprio presidente e do seu povo.

Os problemas do Brasil são outros, enumerou Cristovam Buarque: manter o fornecimento de gás para não comprometer a economia do país e não deixar que a relação com a Bolívia seja rompida. Uma briga seria prejudicial aos dois, avaliou. O Brasil teria que pagar mais caro para importar gás natural de países distantes como, por exemplo, a Rússia e a Argélia, e a Bolívia perderia seu principal comprador do produto.

11/05/2006

Agência Senado


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