Cristovam propõe que Sarney se licencie do cargo



 

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu da tribuna, nesta segunda-feira (22), que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tire uma licença de 60 dias a fim de que o vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO) adote as medidas necessárias para a resolução dos problemas administrativos enfrentados pela Casa.

Na avaliação de Cristovam, Sarney tem atuado de maneira lenta no enfrentamento da crise, não correspondendo às expectativas da sociedade.

- É uma questão da sobrevivência da credibilidade desta Casa. Nós temos de nos apressar. Não dá para encontrar o caminho na velocidade que o presidente Sarney tem como hábito. É até elogiável, do ponto de vista da sua tolerância, mas não dá. Nós precisamos de uma velocidade maior no enfrentamento dos problemas, no encaminhamento de soluções - disse.

Chamando a atenção para o fato de sua proposta tratar-se apenas de uma sugestão, Cristovam disse que Marconi Perillo, por ter uma "visão nova", teria condições de impor mais celeridade ao processo de modernização da Casa.

Em seu discurso, Cristovam sugeriu ainda a realização de uma audiência pública noturna, no Plenário - uma espécie de "vigília pelo Senado" - em que representantes da sociedade civil organizada possam apresentar propostas visando à modernização administrativa da Casa.

- Chamemos a Ordem dos Advogados do Brasil, a Associação Brasileira de Imprensa e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Chamemos alguns jornalistas para que venham dizer aqui o que hoje se pensa nas ruas do Senado, para que venham fazer aqui as denúncias que eles têm colocado pela imprensa - propôs.

Em apartes, vários senadores comentaram o pronunciamento de Cristovam. Papaléo Paes (PSDB-AP) criticou a sugestão de realização de audiência pública para discutir os problemas da Casa, por considerar que tal tema deveria ficar a cargo, sobretudo, de especialistas em administração que teriam, em sua opinião, melhores condições de propor soluções adequadas.

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), que havia ocupado a tribuna pouco antes, alertou Sarney para a necessidade de se tomar medidas concretas para apuração das denúncias de irregularidades na Casa.

Na opinião de Valter Pereira (PMDB-MS) as dificuldades para encaminhamento da crise no Senado, adviriam do próprio sistema de governo presidencialista, adotado no país. Caso vigorasse aqui o parlamentarismo, lembrou, o Senado atual já teria sido dissolvido, tendo sido convocadas também novas eleições.



22/06/2009

Agência Senado


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