Cristovam quer 3% do "lucro bilionário" da Petrobras para erradicar analfabetismo



O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu nesta quarta-feira (14) que a Petrobras destine R$ 780 milhões por ano de seu lucro para um programa voltado a acabar com o analfabetismo no Brasil. Nas contas do parlamentar pedetista, esse valor corresponderia a 3% do lucro da empresa registrado no ano passado - R$ 26 bilhões.

A idéia do senador - que ele pretende transformar em projeto de lei - é destinar R$ 100 para os gastos com o ensino propriamente dito de cada analfabeto e mais R$ 100 como prêmio a cada cidadão que concluísse o curso. O senador disse acreditar que esta última quantia, além de uma forma de estímulo, serviria como indenização pelo tempo que o cidadão ficou privado de conhecimentos essenciais ao seu bem-estar.

- Precisamos transformar parte do ouro negro [o petróleo] em ouro cinzento [o cérebro] - pregou Cristovam, que foi reitor da Universidade de Brasília (UnB); governador do Distrito Federal, onde criou o programa Bolsa-Escola; e ministro da Educação no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele hoje ocupa a presidência da Comissão de Educação do Senado.

Na opinião do parlamentar, o percentual proposto não afetará o equilíbrio econômico-financeiro da Petrobras, embora existam outras empresas estatais rentáveis que também poderiam contribuir para um programa de vital importância para o Brasil, com duração de apenas quatro anos, com módulos de quatro a cinco meses para cada turma, ao final dos quais 15 milhões de pessoas estariam alfabetizadas.

- Não sei se será preciso mudar a Constituição para alcançarmos esse objetivo, mas se ela não for mudada, precisará ser rasgada. Pois não é possível manter uma Constituição que impeça o pleno desenvolvimento do povo por ela regido - afirmou o senador.

Ele não considerou viável a idéia do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que o aparteou, de incentivar moralmente os brasileiros em condições intelectuais e financeiras a atuarem voluntariamente na alfabetização.



14/02/2007

Agência Senado


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