Cristovam quer que senadores tomem iniciativa de promover "choque social"



O senador Cristovam Buarque (PT-DF) quer que o Congresso tome a iniciativa de elaborar um pacote que permita um "choque social" no país.

- Se o Poder Executivo não se interessar em mandar o pacote que permita um choque social, que os senadores tenham ousadia e responsabilidade de tomar a dianteira. Isso é possível fazer: temos os recursos necessários, com responsabilidade financeira. Devemos quebrar a lógica dos últimos 50 anos, de ver a abolição da pobreza como conseqüência do desenvolvimento econômico. Invertamos essa lógica, percebendo que crescimento social gera emprego, gera recursos - afirmou o parlamentar em discurso nesta terça-feira (18).

O representante do Distrito Federal disse que é possível se fazer um choque social com R$ 6 bilhões. Para ele, bastaria dobrar os recursos do Fundo de Erradicação da Pobreza para que se possa "dar o salto que país espera há tantos anos".

O senador lamentou que alguns temam que uma nova crise externa abale o Brasil. Para ele, "o que mais preocupa é que essa crise vai encontrar um país que não investiu em saúde pública". Ele conclamou os senadores a fazerem "um choque social que construa no Brasil um colchão social que impeça a crise de chegar", já que o choque será um impulso para o crescimento econômico brasileiro.

Para Cristovam, a simples proposta de recuperar a educação brasileira trará grande geração de empregos, por conta das obras que serão necessárias e do aumento do salário dos professores.

- Em cada lugar que se põe uma bolsa-escola ou uma bolsa-família, criamos uma dinâmica econômica - afirmou.

Outra proposta que poderia permitir o choque social seria abolir do país o trabalho e a prostituição infantil, disse Cristovam, lembrando ser esta terça-feira o Dia Internacional da Luta contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, e ressaltando que o país participa do seleto grupo de cinco países procurados por turismo sexual com menores.

- A prostituição de adolescentes é conseqüência direta da tragédia social que paira sobre o Brasil, que dificulta nossa recuperação e provoca a crise interna - afirmou.

Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) afirmou que não se pode fazer economia para pagar juros. Já o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o governo deveria ouvir mais o senador Cristovam Buarque.



18/05/2004

Agência Senado


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