Cristovam rebate críticas à transferência da capital para Brasília



A transferência da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central foi uma necessidade urbana das grandes capitais brasileiras, além de fruto da visão de estadista de Juscelino Kubitschek (JK). Esses foram alguns dos argumentos utilizados pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em discurso no Plenário nesta quinta-feira (22), para se contrapor aos argumentos contrários à mudança da capital para Brasília, realizada por JK em 1960.

Na avaliação de Cristovam, a construção de Brasília não significou apenas a transferência da máquina administrativa para o Centro-Oeste, mas possibilitou, sobretudo, a transferência do pólo de poder, dando oportunidade para o desenvolvimento da produção agrícola na região, bem como dos setores industrial, cultural e intelectual.

- As nossas cidades hoje seriam totalmente inviáveis - e olhem que elas já são meio inviáveis -, se essas capitais dos estados brasileiros tivessem recebido o fluxo migratório que veio para o Distrito Federal e para as outras cidades do Centro-Oeste, graças à transferência da capital - afirmou.

Com relação ao suposto "custo elevado" da construção de Brasília, Cristovam lembrou que, segundo cálculos atualizados, o montante gasto nas obras da cidade foi menor que o investimento programado para a construção da usina de Belo Monte. Segundo o senador, também não é procedente o argumento de que a construção de Brasília teria sido causa de inflação no Brasil, sendo mais relevantes para esse problema os gastos muito mais elevados realizados pelo governo federal na construção de estradas, aeroportos e usinas hidrelétricas na mesma época.

Em aparte, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) manifestou seu apoio ao pronunciamento de Cristovam, lembrando que a "interiorização do Brasil" somente pode se dar após a construção de Brasília.



22/04/2010

Agência Senado


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