Crivella aplaude Lula por dizer que a hora é de crescer, e não de cortar gastos



Depois de lamentar que o Brasil tenha cerca de 20 milhões de desempregados, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) apoiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter dito que no seu segundo mandato não vai "procurar onde cortar, mas sim procurar onde crescer". O senador entende que a declaração é um alento de que o governo possa realmente a partir de agora procurar uma política que aumente rapidamente o nível de emprego.

Presidente da Frente Parlamentar do Pleno Emprego, Marcelo Crivella voltou a criticar a "política econômica neoliberal" do primeiro mandato de Lula e acusou os elevados juros e a elevada carga tributária como entraves ao crescimento do país. Ele criticou quem defende políticas que buscam reduzir o tamanho do Estado. Considerou um absurdo a União reservar cerca de R$ 90 bilhões por ano para pagar juros da dívida pública (superávit primário), quando o dinheiro poderia ser usado para puxar um crescimento econômico vigoroso.

- Apóio e continuarei apoiando o presidente Lula. No entanto, é preciso, sim, mudar a política econômica. É notório que, numa economia de alto desemprego, não há risco inflacionário na retomada do dispêndio público em larga escala usando recursos provenientes de uma queda no gasto com juros - disse.

Marcelo Crivella reafirmou sua convicção de que a crise do emprego no Brasil tem unicamente como causa a política econômica. Opinou que essa política "foi feita para atender ao mercado e, por isso, é desastrosa, socialmente perversa e desviada dos interesses das massas". O resultado, continuou, é que a riqueza gerada no país não tem sido usada para gerar desenvolvimento e novos empregos, mas simplesmente para que seus detentores façam "aplicações financeiras improdutivas".

O senador concorda com os programas Fome Zero e Bolsa-Família, mas entende ser necessário que seus beneficiários recebam ensinamentos para que "possam pescar sozinhos".

- O povo clama por emprego digno e remunerado. É ingênuo imaginar uma sociedade onde seria possível receber o sustento sem trabalhar - disse.

Crivella foi apoiado, em apartes, pelos senadores Edison Lobão (PFL-MA),Mão Santa (PMDB-PI) e Magno Malta (PL-ES). Na presidência da sessão, o senador Romeu Tuma (PFL-SP), também aplaudiu o discurso. Magno Malta ponderou que, apesar da importância das chamadas políticas de saída dos beneficiários do Bolsa-Família, existem os brasileiros que não conseguirão andar com as próprias pernas por "uns dez anos" tamanho o seu despreparo.Para esses, disse, o governo deve continuar oferecendo oBolsa-Família.

09/11/2006

Agência Senado


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