Crivella defende necessidade de mudanças na política econômica



O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) defendeu, nessa sexta-feira (21), mudanças na política econômica do país, com juros mais baixos e menor superávit primário. Segundo ele, não é possível que o Brasil aceite ter mais uma década perdida, com taxas de crescimento pífio e sacrifícios para a população, por conta de um neoliberalismo que quer desenvolver o país com investimentos externos.

- Está faltando fé no Brasil e nos brasileiros. É preciso acordar e tomar a tarefa de desenvolver o país, em nossas próprias mãos. É urgente que possamos acreditar nas palavras da Bíblia que diz estarem reservados bons frutos para aqueles que trabalharem bem, de acordo com bons princípios de vida - observou.

Crivella chamou de "falácias e mentiras" as noções de que o Brasil vai se dar excepcionalmente bem, caso o C-Bond (obrigação, título de dívida pública brasileira negociado no exterior) tenha boas cotações e o risco Brasil despenque. Ele lembrou que o seu partido, o PL, já apresentou ao próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva um documento reivindicando, com urgência, taxas mais baixas de juros e superávit primário menor.

Para ele, não existem razões para justificar, no Brasil, um superávit primário (receitas menos despesas descontados pagamentos com juros) de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB), quando a Argentina fixou esse percentual em 3% do PIB e suas autoridades financeiras já falam em baixar ainda mais esse valor. "Esse dinheiro fica esterilizado, não contribuindo para o desenvolvimento do país", argumentou.

Crivella também disse não ser possível aceitar que o salário mínimo seja fixado em apenas R$ 260. Segundo ele, essa é mais uma "conseqüência funesta" da atual política econômica voltada para os interesses dos banqueiros internacionais e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O senador pelo Rio de Janeiro argumentou que o governo precisa resguardar os interesses de setores importantes da sociedade brasileira que necessitam de um mínimo melhor, tais como empregados domésticos, aposentados e pensionistas, funcionários de municípios e estados pobres e, finalmente, os jovens que estão entrando no mercado de trabalho.



21/05/2004

Agência Senado


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