Crivella diz que modelo da China não serve para o Brasil



Ao expressar sua posição contrária à opinião emitida pelo deputado Delfim Netto (PMDB-SP) em artigo publicado na revista Carta Capital, no qual o parlamentar sugeriria implicitamente que o modelo econômico e social chinês deveria ser copiado pelo Brasil, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) opinou nesta quinta-feira (20) que, por mais superávit que faça ou reserva cambial que consiga, aquele país asiático não deve servir de modelo para país nenhum.

- Apontar a China, mesmo que de forma sub-reptícia, como exemplo a ser seguido é ignorar as especificidades chinesas. Os baixos salários que viabilizam custos competitivos são a contraface dos gigantescos superávits comerciais que implicam imensas transferências de recursos reais para o exterior, em detrimento do consumo interno - explicou Crivella.

Na avaliação do senador pelo Rio de Janeiro, o processo de globalização tem empurrado cada vez mais pessoas ao desemprego, ao subemprego e à marginalidade. Ele estimou que atualmente 10 milhões de brasileiros estão desempregados plenamente e 16 milhões estão subempregados. Um pai de família, observou, que não recebe salários por um período prolongado termina sendo obrigado a exercer uma atividade à margem da lei ou entrar na criminalidade aberta.

Marcelo Crivella defendeu uma política de pleno emprego e de oportunidades para todos. Ele sugeriu que, ao invés de cortar direitos dos trabalhadores e trabalhar por um estado mínimo, acreditando que o desenvolvimento das empresas resolverá os problemas da sociedade, o governo deve trabalhar para que os trabalhadores recebam salários mais justos e as pessoas possam ter uma existência agradável, independente de serem ricas ou pobres.

20/04/2006

Agência Senado


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