Crivella propõe novo modelo na educação para resgatar valores morais



Preocupado com o crescimento do número de crimes que vêm ocorrendo no ambiente familiar, inclusive das famílias mais abastadas, o senador Marcelo Crivella (PL-RJ) sugeriu uma reformulação na metodologia e filosofia de ensino, na carga horária e no currículo das escolas. Ele acredita que um novo modelo que valorize as ações de solidariedade e conscientize sobre a certeza da punibilidade poderá estabelecer um novo padrão de comportamento para os jovens.

- Para a implementação de tal modelo, em que a docência irá pressupor não somente o conhecimento do conteúdo, mas a experiência e o regramento de sua transmissão, pode-se pensar seriamente na utilização de mão-de-obra da terceira idade, para suprir, em quantidade e qualidade, um novo cenário de educação - afirmou Marcelo Crivella.

Na avaliação do senador pelo Rio de Janeiro, a contratação de idosos para atuar na educação dos mais jovens serviria não apensa para incluí-los novamente no mercado de trabalho, mas também para restabelecer o respeito entre gerações, resgatando a autoridade inerente à diferença de idades.

Marcelo Crivella destacou que várias são as causas que levam pessoas a cometerem crimes contra seus próprios parentes, entre elas as desavenças conjugais, as relações paternais, o papel da mulher, as questões financeiras e a utilização de drogas por um ou mais familiares.

A teoria difundida a partir da metade do século 20, de que não deveria se dizer -não- aos filhos, segundo o senador, também contribuiu para que uma geração de jovens crescesse sem se preocupar com limites. Essa ausência de responsabilidade por parte dos pais, completou Crivella, foi transferida para as escolas, que não estavam preparadas para assumir tal missão.

Outra causa citada pelo senador foi a necessidade da mulher deixar o lar, abdicar de estar presente em tempo integral na educação dos filhos, para ingressar no mercado de trabalho com o objetivo de gerar renda familiar. O aumento da competitividade no ambiente de trabalho, no seu entender, também provocou uma deturpação de valores, quando o -ter- passou a ser mais importante que o -ser-.

- O exercício da autoridade no ambiente familiar tornou-se extremamente difícil, e mesmo impossível, fazendo com que a primazia do consumo viesse a imperar, com sua inerente falácia de ausência de limites. Assim é que passam a ocorrer revolta e desajustes, quando da impossibilidade de realização de qualquer desejo por parte de um integrante da família ainda financeiramente dependente - analisou Crivella.



31/07/2003

Agência Senado


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