Crivella quer superávit primário menor e mais recursos para a saúde pública



O senador Marcelo Crivella (PL-RJ) criticou o abandono da saúde pública pelo governo em discurso proferido da tribuna, no qual homenageou os médicos pela passagem do Dia do Médico, nesta segunda-feira (18). Segundo o senador, o Brasil apresenta cenários de decadência no atendimento público comparáveis aos que ocorrem na África. Ele atribuiu o imobilismo oficial em relação à situação à exagerada concentração de recursos da arrecadação da União para a composição do superávit primário.

Crivella reivindicou que parte dos recursos destinados ao superávit - dinheiro economizado pelo governo para pagar juros da dívida pública - seja aplicado na recuperação de hospitais e postos de saúde e na melhoria do atendimento médico público, com melhores salários para médicos e profissionais do setor. Ele observou que, na prática, o superávit acumulado em 2004, de R$ 52 bilhões, já é superior à meta acordada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para o ano, o que justifica sua reivindicação.   

O senador relatou casos ocorridos nos hospitais da cidade Rio de Janeiro, onde concorreu à prefeitura, para ilustrar sua indignação com o descaso oficial em relação à saúde pública, a seu ver assemelhada à da África, onde residiu por vários anos.

- É um sacrifício social muito grande o que a população do país vem passando para cumprir metas da economia - afirmou o senador.



18/10/2004

Agência Senado


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