Inácio Arruda quer diminuir superávit primário para 0,5% do PIB



O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), em comunicação de liderança nesta terça-feira (7), anunciou ter apresentado uma emenda à Medida Provisória (MP) 460 para que o superávit primário seja reduzido para 0,5%, do produto Interno bruto (PIB), de forma a permitir que os recursos hoje economizados pelo governo federal para pagamento da dívida pública sejam utilizados em investimentos para desenvolver a economia. A meta de superávit primário é hoje de 3,8% do (PIB).

O parlamentar afirmou que não há nenhum país do mundo praticando superávit primário nesta época de crise. Trata-se, para ele, de "uma coisa estúpida". Ele qualificou o pagamento de juros da dívida pública como "uma orgia nacional", que consumiu ano passado R$ 180 bilhões e cujos gastos devem chegar este ano a R$ 140 bilhões. Ele também criticou os juros altos e o câmbio valorizado, que na opinião dele atrapalham o desenvolvimento do país.

Inácio Arruda considerou "muito estranho" que quase todos os países tenham abaixado abruptamente sua taxa de juros, enquanto o governo brasileiro a mantém alta. Também lamentou que o governo recorra a contingenciamentos no orçamento federal para manter o superávit primário. Citou a pasta do Esporte, comandada pelo ministro Orlando Silva, de seu partido, onde os cortes de recursos em apenas um programa, o Segundo Tempo, deixaram meio milhão de crianças sem atividade esportiva e causaram a demissão de 17 mil professores de educação física.

O corte do superávit primário sugerido pelo senador foi apoiado, em apartes, pelos senadores Paulo Paim (PT-RS), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Augusto Botelho (PT-RR).



07/04/2009

Agência Senado


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