Renato Casagrande quer mais investimentos com recursos não utilizados para formação de superávit
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), afirmou nesta quarta-feira (15), na tribuna do Senado, que considera positiva a decisão do governo de reduzir a meta de superávit primário (diferença entre receitas e despesas, excetuando-se os juros da dívida pública) prevista para o ano de 2009. A previsão anteriormente considerada era da ordem de 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB). O governo anunciou hoje que a Petrobras ficará fora do cálculo desse superávit e que a nova meta cairá para 2,5% do PIB.
Renato Casagrande pediu que o Senado esteja atento para garantir que os recursos, antes reservados para o pagamento de juros da dívida interna, sejam utilizados em obras de infraestrutura no país. O senador afirma que o governo vai "abrir mão" de um aperto fiscal com o objetivo de promover uma política anticíclica de investimentos, capaz de gerar empregos e dar mais oportunidades de trabalho para os brasileiros.
- Eu acho que o esforço do governo é um esforço importante. Coincide um ano pré-eleitoral com a crise. Mas é um ano de crise. E, em um ano de crise, acho que o esforço não deve ser para economizar e pagar os encargos da dívida, porque o Brasil já reduziu muito sua relação dívida/PIB - argumentou.
Renato Casagrande lembrou que quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo a relação dívida/PIB estava em 50% e que, neste momento, chega a 36%. Em sua opinião, isso significa que há espaço na economia para que o governo possa manter seus investimentos. O senador se disse conservador em relação à política econômica, contudo acredita que este é um momento em que o país deve garantir a realização de investimentos públicos.
- Para estar na contramão da crise, como o nome diz, o governo tem que adotar as políticas anticíclicas, tem que fazer investimento, manter os investimentos. Tem que ajudar os governos estaduais, tem que ajudar os governos municipais. O governo não substitui a iniciativa privada, mas ajuda a minorar os efeitos da crise - declarou o senador.
15/04/2009
Agência Senado
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