Crivella rechaça cobrança para Senado decidir rapidamente o caso Renan



O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) rechaçou qualquer cobrança no sentido de que o Senado apresse o julgamento do senador Renan Calheiros. Ele se referia a declaração do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que o Senado precisa encerrar logo o caso. Da tribuna do Plenário, Crivella afirmou que o Senado não pode aceitar ingerências e que a decisão sobre o caso será tomada com responsabilidade no momento adequado e soberanamente.

- Eu não sei se entre as prerrogativas do ministro da Defesa está a interferência em outro Poder, no caso, o Legislativo. A Casa não pode ser cobrada a tomar decisões açodadas por um ministro de governo que pretende interferir em assuntos que não lhe dizem absolutamente qualquer respeito - afirmou.

Crivella ressaltou que o processo envolvendo Renan Calheiros é tão complexo que até dividiu os relatores indicados para o caso. Ele lembrou que a própria perícia feita pela Polícia Federal é inconclusiva em determinados aspectos. O senador disse que, com exceção da mídia, que acompanha o desenrolar dos acontecimentos a distância, não existe uma posição unânime nem entre os senadores nem entre os partidos políticos.

O parlamentar lembrou que o mesmo Jobim que hoje ocupa o Ministério da Defesa é o que confessou ter alterado um artigo da Constituição de 1988 depois que sua redação final foi aprovada pelos constituintes. Uma declaração de Jobim durante lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade - Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos também foi criticada por Crivella.

Na ocasião, o ministro da Defesa disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nenhum militar reagiria ao lançamento do livro e que, se algum o fizesse, teria resposta. Crivella concordou que todos os torturados devam receber indenização do Estado, mas observou que não cabe ao ministro se expressar da maneira como discursou na solenidade.



03/09/2007

Agência Senado


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