Cúpula do PT decide contratar seguranças









Cúpula do PT decide contratar seguranças
A Desde ontem, toda a cúpula do PT passou a andar protegida por seguranças.

A informação foi dada pelo deputado federal e pré-candidato do PT ao governo do Estado de São Paulo, José Genoino. Chorando, ele lamentou a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.

Ele não revelou quantos políticos petistas serão protegidos e nem como será feita a proteção (se com seguranças escalados no próprio partido ou contratados de empresas).

A decisão foi tomada em uma reunião do partido no início da tarde de ontem, após o anúncio de que o corpo do prefeito Celso Daniel fora encontrado baleado em Juquitiba.

Ex-presidente do diretório estadual do PT e atual secretário das Subprefeituras de São Paulo, Jilmar Tatto, disse que já vem andando com seguranças desde que o partido começou a receber cartas com ameaças, no final do ano passado.

Segundo Tatto, com o assassinato do prefeito Celso Daniel, outros secretários paulistas farão o mesmo.

Farb faz ameaças à esquerda
A Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira), organização que mandou cartas com ameaças a 37 prefeitos do PT e que já vinha sendo investigada pela Polícia Federal, tem uma página na Internet em que afirma que sua cúpula está localizada em Santo André, cujo prefeito, Celso Daniel (PT), foi sequestrado na sexta-feira, e morto.

O texto, que está alojado no endereço orbita.starmedia.com/farbbr1/index2.htm, assume a autoria do assassinato do prefeito de Campinas, o Toninho do PT, em 10 de setembro, e faz novas ameaças. Leia, abaixo:
Íntegra da carta revela intenções da organização
"Nós da Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira) queremos deixar claro que não somos terroristas, só queremos uma sociedade mais justa, onde todas as pessoas sejam tratadas igualmente, e faremos de tudo para atingirmos nossa meta.

A FARB existe desde 1998 e foi fundada na Grande São Paulo. Tudo começou em uma discussão política e já estávamos cansados de ver toda aquela corrupção que existia nesse meio, pessoas que roubavam o povo, fato que não iremos tolerar mais. Com todos unidos conseguiremos mudar o nosso país, sabendo que isso é um processo lento, mas sabemos de nossas condições e iremos conseguir.

Uma das maiores tristezas para a gente foi ver o PT -Partido dos Trabalhadores, um dos poucos partidos que buscava mudanças sociais amplas, mudar escandalosamente sua ideologia, só para atingir o poder mais facilmente, fato que repugnamos e não iremos aceitar. Eles mentiram para o povo, eles traíram o povo, eles agora querem se aliar a centro-direita de nossa nação e ajudá-los a vender nosso Brasil, isso vocês não irão conseguir, iremos lutar com todas as nossa forças para que vocês não atinjam seus objetivos, nem que isso custe a nossa vida.

Hoje somos mais de 50 pessoas, prontas para mudar essa situação. O primeiro grande passo foi dado, tentamos fazer com que o ex-prefeito de Campinas, Toninho do PT, nos ouvisse, mas ele não quis e tivemos que agir. Só queríamos debater o que estava havendo com sua ideologia, mas ele não nos deu atenção e isso foi a gota d'água para nós. Nos agimos mesmo antes de assassinarmos Toninho do PT por meio de crimes políticos locais, mas agora saímos da escuridão e iremos agir, não importando como, mas atingiremos nossos objetivos.

Outros militantes TRAIDORES de partidos de esquerda que estiverem saindo da linha e querendo buscar apoio de partidos de centro direita também irão sofrer as consequências mais duras possíveis.
Políticos safados, falsos sindicalistas, policiais corruptos, grandes senhores industriais repugnantes e comerciantes indolentes se preparem. As suas vidas, de seus familiares e suas corporações correm perigo!"Juntem-se a nós, ou sofram as consequências!

Uma nova era já começou.
Crimes sem precedentes irão acontecer, se preparem!

Cúpula da FARB- Frente de Ação Revolucionária Brasileira - Santo André - São Paulo."

Morte de prefeito reforça caos
A morte de dois prefeitos de importantes cidades paulistas em pouco mais de quatro meses reforçou a situação de caos no estado. Em comum, Toninho e o prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel (PT), tinham o partido, que ajudaram a fundar e do qual eram representantes destacados.

Os dois também tinham em comum o fato de a legenda ter sido ameaçada por um grupo de extremistas identificado como Farb, que distribuiu aos políticos e principais filiados da sigla uma carta na qual assumia a autoria da morte de Toninho, além de prometer represálias contra outros petistas. Apesar disso, a carta endereçada ao prefeito campineiro foi postada apenas dois meses depois da morte dele.


Celular pré-pago pode acabar
Medida visa interromper a comunicação de seqüestradores e de detentos dentro e fora de presídios .

Para tentar conter a onda de violência no país e no Estado de São Paulo, o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governador paulista Geraldo Alckmin debateram ontem no Palácio do Planalto uma série de medidas emergenciais. Uma da sugestões apresentadas por Alckmin poderá despertar polêmica: o fim da comercialização dos telefones celulares pré-pagos.

O governador diz que este tipo de aparelho é largamente utilizado por criminosos que precisam se comunicar para organizar ações, principalmente por aqueles que estão presos, sendo que o comprador não precisa se identificar. "Sei que é uma medida que pode trazer sacríficio à sociedade, mas ela é necessária neste momento," disse Alckmin. O governador também pediu que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) se esforce para regulamentar e aprovar o mais rapidamente possível sistemas que permitam o bloqueio de ligações celulares em presídios.

Atualmente, não há nenhum aparelho aprovado pelo governo federal para interromper a comunicação via celular. Segundo Alckmin, muitos crimes são planejados e organizados dentro dos presídios, com o auxílio dos telefones.

As propostas serão analisadas hoje, numa reunião entre o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, com o presidente da Anatel, Renato Guerreiro. De acordo com o ministro, o presidente recebeu bem as propostas. Já se decidiu, também, que a Polícia Federal passará a se ocupar das investigações de seqüestros.


Quatro vezes mais seqüestros
Os casos de extorsão mediante seqüestro registrados no primeiro semestre do ano passado no Brasil ultrapassaram o total deste tipo de ocorrência em 2000, segundo o último balanço atualizado do Ministério da Justiça.

Os registros passaram de 233, em todo o ano de 2000, para 261 apenas nos primeiros seis meses de 2001. Dados preliminares indicam mais de 700 seqüestros em todo o ano passado. Entre 1999 e 2000, o crescimento desse crime foi de 62%.

O aumento se deve principalmente aos dados de São Paulo, o único Estado no Sudeste onde o índice de sequestros não diminuiu entre 2000 e 2001. Nos primeiros onze meses de 2001, São Paulo registrou 267 sequestros, mais de quatro vezes os 63 casos de 2000. Em 1999, foram 18 sequestros.

Enquanto a média nacional de sequestros para cada 100 mil habitantes foi de 0,2 no primeiro semestre do ano passado, em São Paulo ficou em 0,3.

Cerca de 1.500 policiais civis e militares estão realizando uma megaoperação com objetivo de localizar carros e pessoas envolvidas no assassinato do prefeito Celso Daniel. Um dos principais objetivos dos PMs é localizar a Blazer preta e o Santana azul – que não tiveram suas placas anotadas – usados na rendição do prefeito.
A única referência que os policiais têm é que a Blazer deve estar com a frente danificada por causa das batidas na Pajero do empresá rio Sérgio Gomes da Silva. A PM realizou ontem vários bloqueios em várias regiões da capital e em municípios do ABC. Mas os policiais não recolheram pista alguma que levasse à descoberta dos autores do crime.

A cúpula da Polícia Civil definiu em reunião com o secretário da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi, e seu sucessor, Saulo de Castro Abreu Filho, que as investigações do caso ficarão a cargo do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.


Taxas de cartões dificultam queda de preços da gasolina nos postos
A ofensiva do governo federal para forçar uma queda de 20% no preço da gasolina volta suas baterias agora contra as administradoras de cartões de crédito. O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Cláudio Considera, vai convocar as empresas do setor para prestar esclarecimento sobre as taxas cobradas por elas na venda de combustíveis.

Segundo Considera, as administradoras cobram dos postos 3% de cada operação, o que produz impacto no preço final da gasolina. "Na compra de um litro a R$ 1,50, por exemplo, a taxa do cartão fica em 0,045%, quase a margem de lucro da distribuidora de combustível", calcula o secretário. Considera explicou que os postos incluem este custo na formação do preço da gasolina, aumentando o valor pago, inclusive por quem não usa cartão de crédito.

As administradoras de cartão de crédito cobram a mesma taxa em todos os postos, fato que pode ser investigado pela Secretaria de Direito Econômico (SDE). "Há indícios estranhos de que todos cobram taxas iguais", disse o secretário. A Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE) vai fazer averiguação para tentar descobrir se as administradoras combinam o valor a ser cobrado, o que caracterizaria formação de cartel.

Considera acredita que o preço da gasolina poderá cair no máximo até 17% este mês, menos que os 20% anunciados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Para atingir esse porcentual, diz o secretário, os estados terão de diminuir ainda mais os valores utilizados na cobrança do ICMS.

Apenas três estados (Minas Gerais, Pará e Goiás) ainda não promoveram alterações na sistemática de cobranças do ICMS. "A redução do preço é gradativa. Ninguém esperava que aconteceria de uma hora para a outra", afirmou. O Distrito Federal foi uma das unidades da Federação que reagiu com maior rapidez à necessidade de revisão, ajudando na queda dos preços.

Número de usuários cresce cada vez mais
Nos últimos dois anos, mais que triplicou o número de usuários de cartões de crédito que estão na faixa de baixa renda. De acordo com um estudo divulgado ontem pela administradora de cartões Credicard, no final de 2001 as cinco maiores bandeiras já computavam 7,43 milhões de usuários de cartões com rendimento mensal entre R$ 300 e R$ 500. Em 1999, eram 2,3 milhões.

De acordo com a vice-presidente de Marketing da Credicard, Carla Schmitzberger, as empresas de cartão de crédito alcançaram 21% nessa faixa, proporção que crescerá: "A média geral de utilização no mercado é de 35%, o que aponta um potencial de crescimento do uso na baixa renda."

Entretanto, enquanto a média de mercado é de R$ 140 mensais, as classes C e D gastam cerca de R$ 28 por mês no cartão. "É um volume grande de cartões para um gasto pequeno", observa. As empresas apostam, contudo, que à medida que os novos clientes se acostumem o valor dos gastos subirá.


Remédios terão reajuste de 4,32%
A partir do dia 31, os remédios terão um reajuste médio de preço de 4,32%. O índice de aumento em alguns produtos pode chegar a 5,83%, mas nova alta só deverá ocorrer no início de 2003. O aumento dos preços foi autorizado ontem pela Câmara Setorial de Medicamentos, órgão formado por representantes dos Ministérios da Fazenda, Saúde, Justiça e Casa Civil.

O reajuste anual foi definido por lei sancionada no final de 2000 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. A mesma legislação criou a câmara que regula os preços e monitora o setor de medicamentos.

Desde o início do mês, a indústria farmacêutica pressionava o governo a autorizar um aumento médio de 7%. Os empresários alegavam que o setor foi atingido, no decorrer do ano passado, pela inflação e pelo aumento nos preços das substâncias usadas na fabricação dos remédios.

A partir de hoje, os laboratórios estarão apresentando à câmara o preço específico de cada medicamento que irá para as prateleiras das farmácias.

A Câmara de Medicamentos definiu ainda que o reajuste por empresa está limitado à mesma média, de 4,32%. Os fabricantes terão de reduzir a margem de aumento em determinados remédios ou mesmo diminuir preços atuais de outros produtos de sua linha de comercialização para poder efetuar reajustes superiores a essa média.

Em 2001, o aumento médio nos preços dos remédios foi de 1,67%. No mesmo período, a inflação foi de 7,67%.


Embratel e Intelig baixam tarifas DDI
A Embratel e a Intelig reduziram para R$ 0,19 as tarifas promocionais de telefonia automática para o Japão e a Argentina. A redução é válida desde o último dia 18, sexta-feira.

Os planos alternativos da Embratel para chamadas internacionais (Ligue DDI 21 e Passaporte 21) também terão redução em seus preços, passando a custar R$ 0,20 por minuto, em qualquer horário e nos sete dias da semana.

As promoções da Embratel aplicam-se a todas as ligações internacionais feitas de um telefone fixo para outro fixo, dentro dos planos alternativos, sem tributos.

O plano alternativo Ligue DDI 21 já oferece descontos de 6% para até seis países escolhidos (exceto África, determinados países da Ásia, Oceania e ilhas do Pacífico), enquanto o Passaporte 21 continua a oferecer descontos adicionais de até 12%, limitados a R$ 72. A promoção do VipPhone oferece descontos adicionais de até 25%.

A Intelig, que também baixou os preços das ligações Brasil-Argentina e Brasil-Japão para R$ 0,19, informa que a promoção é válida por uma semana. Já as chamadas para Estados Unidos e Itália, cujos preços eram promocionais, voltam a ser cobradas pelos preços da tabela básica da empresa.
De acordo com a direção da Intelig, a decisão de baixar os preços foi tomada após a verificação dos resultados da campanha para os Estados Unidos e a Itália.

Na rota Brasil-EUA, por exemplo, houve um aumento de tráfego de 550%, enquanto que para a Itália esse número chega a 800%.


Artigos

As bandeiras de Yanagi
Eduardo Brito

Está na Tate Modern, inaugurada há pouco no East Side de Londres, uma criação curiosa do artista plástico japonês Yukinori Yanagi, hoje com 43 anos. Vista de longe, ocupando toda uma extensa parede da Tate, parece um conjunto de bandeiras, colocadas lado a lado. De perto, tudo muda.

Usando um sistema parecido com o das garrafinhas em que os artesãos de Goiás Velho criam paisagens, Yanagi construiu as bandeiras com areia colorida, colocada em caixas chatas de Perfex, um plástico transparente. São 49 bandeiras de nações do Pacífico, misturadas com as de antigas potências coloniais.
Estão lá seu Japão natal, as Coréias, os Estados Unidos, a França, as Filipinas, a China, o Vietnã. O artista interligou-as com tubos finos do mesmo Perfex. Despejou um líquido açucarado no conjunto e nele soltou um formigueiro inteiro.

As formigas cavaram sulcos na areia colorida, passando de uma bandeira para outra pelos dutos e corroendo suas cores. A impressão que se tem é de um desgaste irreparável das imagens, causada por algo que extrapolou seus limites, contaminando uma após outra.

É esse o objetivo de Yanagi. Sua obra, batizada como Pacific, pretende demonstrar que nações e fronteiras se tornaram ficções. Sobrevive m apenas no imaginário coletivo, ultrapassadas pelos fluxos de migrantes e de capitais.

O problema é identificar os agentes da mudança. Tende-se a identificar as formigas com as pessoas. Com gente. A partir daí, tende-se também a ligar a erosão de idéias como Estado e nação aos migrantes, aos cidadãos pobres dos países pobres que procuram trabalho e sobrevivência nos países ricos.

Os reais agentes de revisão dos conceitos nacionais estão do outro lado. Do lado do grande capital. A implosão de países como a Iugoslávia, por exemplo, foi reconhecidamente financiada com dinheiro vindo de fora. As devastadoras guerras civis de Angola e Serra Leoa têm por trás os interesses nos diamantes locais.
Não são os únicos países a correrem riscos. Basta ver o que acontece com a Indonésia. O movimento pela independência de Timor Leste teve enorme cobertura internacional. Assim que o governo indonésio viu-se obrigado a recuar, apresentou-se a conta da libertação ao novo país, que sequer se estruturou: uma exigência de participação nos campos petrolíferos off shore.

A mágica está agora se repetindo: surgiu do nada um movimento pela independência do Aceh. Vem a ser a extremidade norte da ilha de Sumatra, que conta não só com petróleo, mas também com uma estratégica posição nos estreitos malaios, junto a Cingapura. É algo semelhante a uma tentativa de se criar um movimento pela independência do Rio de Janeiro do Norte, levando consigo os poços de Campos e deixando o Henri Reichstul.

Os conceitos de Estado e nação andam mesmo baleados. Seu enfraquecimento, porém, não conduz necessariamente a algo melhor.


Colunistas

CLÁUDIO HUMBERTO

Até o amigo intriga a polícia
Na busca dos assassinos do prefeito brutalmente executado, a polícia investiga até mesmo o amigo que estava com ele, no momento do seqüestro. Os policiais estão intrigados porque Sérgio Gomes da Silva era apenas um modesto assessor de Celso Daniel, nos seus tempos de deputado, em Brasília, e virou próspero empresário de transporte após obter linhas municipais com a ajuda do prefeito. Sérgio – que passou mal ao saber da morte do amigo – seria sócio de Daniel em vários negócios.

Traficantes suspeitos
Outra linha de investigação da polícia de São Paulo, no caso Celso Daniel, conduz ao narcotráfico. É que o prefeito atuava na melhoria de qualidade de vida dos favelados, removendo-os inclusive para núcleos habitacionais decentes. Isso feria de morte o esquema de poder dos traficantes, cada vez mais isolados nas favelas de Santo André.

Pensando bem...
...será que para crimes hediondos não deveriam ser tomadas medidas hediondas?

Férias de quê?
Dizem os jornais que Lula “interrompeu suas férias, no sul da Bahia”, para ir a Santo André velar o prefeito brutalmente assassinado. Férias pressupõem período anterior de trabalho. E, antes disso, Lula estava flanando em Búzios (RJ), hospedado na mansão de um empresário suspeito. Até parece monarca europeu: férias, depois da badalação.

Careca sem vez
Raposa peluda da política brasileira, semicalvo, comentava, na mesa de um bar em São Paulo, que não há registro, da história da humanidade, de muitos carecas eleitos pelo voto. No Brasil, nenhum. “Eleitor não vota em careca para presidente, careca é diferente, esquisito” – dizia – “e não adianta apostar em Serra. Só se ele usasse peruca desde criancinha”.

Senador botox
O vaidoso presidente do Senado, Ramez Tebet, que apareceu ontem na TV usando óculos escuros, fez operação plástica e aplicações de botox, para eliminar rugas denunciadoras, e, claro, deu novo banho de tinta nas madeixas. Foi inútil: remoçou uns seis meses, no máximo.

Sem ter o que dizer
O Palácio do Planalto cancelou, sem maiores explicações, a rede obrigatória estadual de televisão que estava convocada pra ontem, no Rio de Janeiro. Era para que o presidente da Fundação Nacional de Saúde, Mauro Ricardo Machado Costa, tentasse explicar o que caberia ao chefe, José Serra: o ressurgimento avassalador da dengue no Estado.

Foi ele!
Antes que comece o jogo de empurra: o culpado do apagão foi Osama bin Laden!

Sentimental eu sou
Tem razões do coração o cargo de “projetos especiais” da ex-engenheira de turbinas da Itaipu Binacional, Maria Helena Paranhos, na embaixada em Berlim. Além de prima do embaixador Gilberto Paranhos Velloso, a nova curadora de artes do Instituto Cultural Brasil-Alemanha fica pertinho do amor brasileiro, e longe do governo do Paraná, onde é contratada.

De arrepiar
A vice-diretora-gerente do FMI é Anne (“Freddy?”) Krueger. O terror dos cucarachos!

Memória fraca
Alvo da violência em São Paulo, no Rio o PT foi leniente com o crime organizado, há quatro anos, quando a então senadora Benedita da Silva fez o impossível, numa madrugada de domingo, para impedir que a PM acabasse com o baile funk no Morro Chapéu Mangueira, comandado pelo traficante da área. Bené queria “manter o emprego dos ambulantes”.

De peito ou de costas?
César Maia é outro crítico do slogan da campanha de Serra, começando por “nada contra a estabilidade”. É negativo, diz o prefeito do Rio, que também achou “insípidas” as entrevistas do presidenciável, publicadas sábado, nos principais jornais do eixo SP-Rio-Brasília.

Interventor em apuros
Lisair Guarino, dona de faculdade particular em terreno cedido pela Sociedade Pestalozzi do Brasil, perdeu mais uma vez na Justiça. O interventor Leonardo Thomaz, que ela escolheu para brigar pela manutenção da “beneficência”, foi indiciado numa delegacia do Rio pelo furto de R$ 14 mil. Ele é dono da empresa de segurança da faculdade.

Topa tudo por dinheiro
O desaparecido Henri Reichstul promoveu uma série de ações que lembram a finada multinacional texana. Contratou sem concorrência a Arthur D. Little para planejar o que já estava sendo feito e dividiu a Petrosuja em 40 unidades de negócio para transformá-las em subsidiárias. O modelo deu o maior preju da história à IBM: US$ 4 bi.
Enron, erramos

A Enron, gigantesca e falida amiga do presidente Bush, quer passar nos cobres a Elektro, ex-Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Comprou por US$ 1,3 bilhão, quer US$ 1,5 bilhão. Mas reconhece que será difícil, e topa qualquer coisa.

Poder sem pudor

Cheiro de enxofre
O senador Victorino Freire visitou o presidente Jânio Quadros dias antes da renúncia e ouviu queixas do Congresso, que “não colabora”. E mais:
– De Gaulle só pôde salvar a França com poderes excepcionais. Eu não os conseguiria em grau de excepcionalidade?
– Presidente, o senhor já os tem, e bem grandes – respondeu Victorino.
Em seguida, foi ao Congresso e comentou com amigos:
– Há um cheiro de enxofre no ar. O negócio é proceder como o jacaré em rio de piranha: nadar de costas, com barriga para cima...


Editorial

UNIÃO NA TRAGÉDIA

O seqüestro e assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André, em São Paulo, vai mobilizar o País numa cruzada contra a violência. O episódio, infelizmente, demonstra, mais uma vez, que o País só se une e resolve tomar providências quando as coisas chegam a um ponto tal que a indignação supera eventuais divergências políticas.

O governo federal lançou um Plano Nacional de Segurança, no ano passado, mas algumas providências que ele propõe jamais saíram do papel. A união das polícias civil e militar, por exemplo, não avançou em nada. É difícil unir uma organização civil, com normais civis, a uma organização militar, que segue normas militares. Mas o esforço precisa ser feito, sob pena de continuarmos a ter duas polícias ineficazes no combate a organizações criminosas cada vez mais organizadas, especialmente nas grandes cidades do Sudeste.

Na verdade, a segurança pública, apesar dos altos índices de criminalidade, ainda é tratada de forma amadorística e paternalista pelas autoridades. Não há um plano de segurança e muito menos uma filosofia de combate ao crime, o que torna praticamente impossível qualquer ação mais efetiva contra a violência. Pior: especialistas acreditam que só a longo prazo, caso segurança pública seja tratada a partir de agora como uma das prioridades, algum resultado poderá ser alcançado.


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01/22/2002


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