DataSenado: aumenta nível de informação das mulheres e disposição para denunciar violência
Segundo novos dados divulgados pelo DataSenado, o nível de conhecimento das mulheres sobre a Lei Maria da Penha cresceu consideravelmente nos últimos dois anos. De 1.352 mulheres ouvidas em fevereiro, 98% disseram conhecer a lei, que aumentou o rigor nas penas para agressões domésticas e criou instrumentos para proteção da mulher ameaçada ou agredida. Em levantamento feito há dois anos o índice era de 83%. A Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) foi sancionada em agosto de 2006.
O DataSenado também constatou que a maioria absoluta das entrevistadas (81%) não pensaria duas vezes para denunciar um ato de agressão cometido contra uma mulher. Desse montante, 63% procurariam uma delegacia de polícia comum, enquanto 24% dariam preferência à delegacia da mulher. Quem já usou os serviços da delegacia especializada gostou do atendimento (54% acharam ótimo/bom, e 24%, regular).
Embora seja alto o nível de conhecimento da lei, 63% das mulheres ouvidas creem que apenas uma minoria denuncia as agressões às autoridades e 41% acham que a mulher não é tratada com respeito no país. O percentual de mulheres que declararam já ter sido vítimas de algum tipo de violência foi igual ao registrado em 2009: 19% ou cerca de uma em cada cinco.
Tolerância
A pesquisa também procurou avaliar o grau de tolerância da mulher agredida. Entre as entrevistadas que disseram já terem sido vítimas de violência doméstica, 36% afirmaram ter registrado denúncia após a primeira agressão; 5%, após a segunda; e 24%, após a terceira. No entanto, 29% admitiram não ter procurado qualquer tipo de ajuda.
Quando questionadas sobre o que fizeram após a última agressão, 23% das mulheres ouvidas disseram não ter feito nada. Destas, 31% decidiram não fazer nada preocupadas com a criação dos filhos; 20%, por medo de vingança do agressor; 12%, por vergonha da violência sofrida; 12%, por acreditar que seria a última vez; 5%, por dependência financeira; 3%, por achar que não haveria punição. Outros motivos foram citados por 17% das mulheres agredidas.
03/03/2011
Agência Senado
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