Debate na Rede Pampa teve mais propostas do que ataques
Debate na Rede Pampa teve mais propostas do que ataques
O debate realizado ontem pela Rede Pampa de Comunicação primou mais pela apresentação de propostas dos candidatos ao governo do Estado, do que pelas rotineiras acusações. A segurança pública, saúde, emprego, geração de investimentos e captação de recursos foram temas que estiveram presentes no debate.
Durante três horas, os candidatos Aroldo Medina (PL), Antônio Britto (PPS), Caleb de Oliveira (PSB), Carlos Schneider (PSC), Celso Bernardi (PPB), Germano Rigotto (PMDB), José Vilhena (PV) e Tarso Genro (PT), além da discussão de propostas, trocaram farpas durante os cinco blocos em que o programa foi dividido.
Bernardi e Britto foram os que mais atacaram o candidato Tarso Genro. Aroldo Medina enfatizou a necessidade de reorganizar a segurança pública como forma de o Estado crescer. Rigotto falou sobre suas propostas e de como ele representa uma saída para o Rio Grande melhorar. Vilhena cobrou a falta de políticas ambientais.
Tarso, junto com Caleb, criticou o modelo neoliberal de Britto e Fernando Henrique Cardoso. Carlos Schneider foi crítico feroz à carga tributária nacional.
Agora tudo é decisivo na guerra pelo Piratini
Quarto colocado nas pesquisas de intenção de voto, Celso Bernardi (PPB) sintetizava ontem a preocupação dos candidatos ao governo nesse que virou o momento mais tenso da campanha: na reta final, é preciso estar preparado e qualquer passo em falso pode colocar tudo a perder. Reunido com a coordenação da campanha à tarde para se municiar, ele foi o primeiro a chegar ao debate promovido pela Rede Pampa de Comunicações. “Eu tenho dois compromissos com o povo gaúcho: cumprir a Lei e a palavra”, disparou em direção ao candidato da Frente Popular, Tarso Genro. Antônio Britto (PPS) foi o último a chegar ao estúdio.
No caminho de Britto para segundo turno contra o petista, Germano rigotto (PMDB) já fala em um possível “entendimento”.
Rigotto sobe nas pesquisas e alcança Antônio Britto
Cepa/Ufrgs (Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) divulgou nova pesquisa de intenção de voto para o governo do Estado, encomendada por RBS e jornal Zero Hora.
Com 34%, o candidato do PT, Tarso Genro, mantém a liderança no primeiro turno. Em segundo lugar, surgem, em empate técnico, seu até então principal adversário, Antônio Britto, do PPS, com 22,6%, e Germano Rigotto, do PMDB, com 21,4%.
Em relação à pesquisa anterior, realizada entre 18 e 19 de setembro, Rigotto cresceu 3,8 pontos percentuais, enquanto o ex-governador perdeu 3,4.
De acordo com o Centro de Pesquisas, Celso Bernardi, do PPB, tem 9,4% das intenções de voto, 1,4 ponto a mais do que no último levantamento. Aroldo Medina, do PL, aparece com 1,3%, enquanto Júlio Flores, PSTU, e Luiz Carlos Prates do PTN, têm 0,2%. Com 0,1% estão Carlos Shneider, PSC, José Vilhena, do PV, e Caleb de Oliveira, do PSB.
Serra quer mínimo de R$ 300,00
O candidato tucano à o Presidência da República, José Serra, apresentou ontem no horário eleitoral a sua proposta para o reajuste de salário mínimo. 'A proposta de José Serra é aumentar o salário mínimo para R$ 300,00 mais a correção da inflação, nos próximos quatro anos", diz a propaganda do candidato.
Serra também colocou no ar uma nota em que desmente as afirmações do presidenciável Anthony Garotinho (PSB), de que a proposta tucana sela de um aumento do mínimo para R$ 211,00.
O candidato pretende antecipar a data de reajuste do mínimo de maio para janeiro. Ele afirmou que vai negociar uma mudança no Orçamento para que o primeiro aumento seja dado em janeiro de 2003.
Garotinho mostra, em seu programa, uma comparação entre a sua promessa, de aumentar o mínimo para R$ 280,00 em maio do próximo ano, e uma suposta proposta de Serra (R$211,00) – desmentida pelo tucano.
Serra e Garotinho travam uma disputa nesses dez dias que antecedem o primeiro turno das eleições para garantir um lugar no segundo turno, junto com Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pelas pesquisas, Serra segue à frente de Garotinho, mas em uma situação de empate técnico.
Segundo o TSE, há um eleitor com sexo não informado no Estado
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na divulgação da estatística do eleitorado brasileiro, identificou um eleitor gaúcho com sexo indefinido. O Rio Grande do Sul terá nessa eleição 7.352.158 votantes. Além desse indefinido, 3.595.446 são homens e 3.756.694 são mulheres.
De acordo com o TRE/RS (Tribunal Regional Eleitoral), a identificação de um eleitor com o sexo indefinido serve apenas para efeito de estatística e não inviabiliza a emissão do título. Muito menos, representa que seja alguém homossexual.
A explicação técnica para isso, informa a Assessoria de Comunicação do TRE, é que esse eleitor indefinido, deve ter esquecido de marcar a opção de sexo (masculino ou feminino), na hora em que realizou sua inscrição eleitoral, a fim de obter o título e se tornar apto a votar em qualquer eleição.
Porto Alegre tem o maior colégio eleitoral do Estado. São 992.389 votantes na capital. Depois vem Caxias do Sul com 248.366, seguida de Pelotas, com 226.295, e Ca noas, com 210.646, com 210.646.
Os menores colegiados, por ordem decrescente, são Lagoa dos Três Cantos (1.378 eleitores); Santa Cecília do Sul (1.302); Linha Nova (1.269) e André da Rocha (1.148).
“A candidatura de José Serra é excludente”
E por que não José Serra?
Sarney - Eu não vejo no Serra nenhuma condição de enfrentar uma situação dessa natureza. Por suas atitudes e temperamento, ele tem mostrado que não é o homem talhado para enfrentar esse momento, A candidatura do Serra é excludente. O PSDB é um partido paulista que, em nível nacional, funciona como aliciador de legendas para a eleição. E um cartório. O Serra é o representante de um pequeno e fechado grupo do PSDB que eliminou grupos dentro de seu próprio partido. Ele não tem capacidade para liderar a convergência nacional.
Quais as dificuldades que o senhor prevê para um governo do PT? O partido não terá, por exemplo, maioria no Congresso.
Sarney - A maior dificuldade que o Lula vai ter será na emissão de sinais para o rebanho eletrônico, esse mercado financeiro mundial que com um grito pode disparar para um lado, para o outro. Lula terá de ter cuidado redobrado, pelos preconceitos que enfrenta e também porque as forças que ele vai derrotar internamente podem querer estimular esse rebanho para desestabilizar o seu governo. Desde que não espante esse rebanho, ele vai ter condições internas de fazer um governo, ao contrário do que se pensa, de estabilidade e não de instabilidade.
O senhor ajudou o PT a se aproximar dos militares?
Sarney - Eu disse ao José Dirceu que eles não poderiam, e nenhum presidente no mundo pode, desprezar os militares. O Lula diminuiu qualquer restrição dele na área militar, no campo, na elite econômica conservadora. Ele tirou a capa de demônio que todos temiam. Eu ajudei com o simbolismo de meu apoio. As pessoas sabem que, se eu tomei a decisão de apoiar o Lula, é porque acho que ela não importa em nenhum risco para o Brasil.
O senhor acha que vai dar primeiro turno?
Sarney - Não é provável. Com quatro candidatos, é muito difícil.
Qual é o seu palpite para o segundo turno?
Sarney – Veja o exemplo da França: ninguém achava que o Len Pen chegaria ao segundo turno. Há um mês eu admiti que o Garotinho poderia subir nas pesquisas. Ele é o único que está livre para um fenômeno de crescimento. Ninguém bateu nele. Mas, se ocorrer um segundo turno entre o Lula e o Serra, teremos uma campanha dura. Todas as grandes fo rças econômicas, o governo e, de certa forma, setores da mídia, vão estar com o Serra.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
Iphan
O secretário estadual da Cultura, Luiz Marques caracteriza como privatização a transformação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em agência, como quer o MinC.
Aftosa
Embora não haja novo foco de febre aftosa no Paraguai, o presidente da Comissão de Agricultura da Assembléia, deputado estadual do PPB Frederico Antunes encaminhou alerta ao Ministério da Agricultura.
Recesso branco
O vereador do PPB da capital João Dib não entende a queixa do prefeito João Verle sobre “recesso branco na Câmara”. Lembra que existem 150 projetos na ordem do dia, aguardando votação, dos quais apenas cinco são do Executivo.
Cooperativas
Para o senador do PPS José Fogaça, o cooperativismo não pode ser tributado ou, no mínimo, deve ter um tratamento especial por parte do sistema tributário. De acordo com o senador, o ideal seria a isenção ou a tributação mínima. Fogaça é autor de um projeto que dispõe sobre a organização do sistema.
Comércio dominicial
Entrou em discussão na Câmara Municipal proposta do vereador do PDT Nereu D´Ávila sobre a abertura do comércio aos domingos. D`Ávila sugere datas festivas como referência para o funcionamento.
Modelo para o IPE
Na opinião do vereador do PT Estilac Xavier, o modelo da previdênica pública municipal deve se tornar referência para a adequação do IPE. Na Câmara, Estilac coordenou o processo que resultou na implantação do regime próprio da previdência dos servidores de Porto Alegre.
Editorial
DESILUSÃO ELEITORAL
Todo esse clima pré-eleitoral, cartazes pelas ruas, bandeiras coloridas pelo litoral aos finais de semana, uma variedade de candidatos no horário eleitoral gratuito.
Parece que nada disso convence o eleitor brasileiro. Ele não está nada preocupado com as inúmeras opções de nomes, números, cores, credos, partidos que se oferecem para ele pelas ruas ou na televisão.
Tudo indica que o Congresso Nacional registrará o menor índice de renovação dos últimos tempos. A troca de pessoas nas cadeiras parlamentares será provavelmente a mais baixa desde a Constituinte de 1986.
Segundo um levantamento realizado pelo Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), a taxa deverá cair dos 50% das últimas eleições para algo em torno de 35% e 40%.
A próxima eleição será gorda em números. Mais de 100 milhões de pessoas irão às urnas no dia 6 de outubro para escolher entre 18.151 candidatos que vão disputar mais de 1.600 vagas no Executivo e no Legislativo.
Mas será pobre em renovação. Destes 1.600, mais de mil permanecerão nos seus cargos. Não só no Congresso Nacional mas também, e principalmente, nas Assembléias Legislativas dos Estados.
É estranho perceber que a classe política, apesar de ser tão criticada a cada mandato, não recebe uma condenação da população que seria a retirada do voto - o voto em outro candidato. É natural o desagrado do eleitor em relação ao eleito porque a expectativa do cidadão continua a obedecer a padrões de paternalismo social. E isso tanto vale para o Executivo quanto para o Legislativo.
A condenação da metade dos parlamentares à perda do mandato só se sente, porém, na estatística, porque o padrão de comportamento dos congressistas continua invariável. São os mesmos benefícios, as mesmas vantagens, as mesmas atenções quando se aproxima mais das eleições, o mesmo esquecimento de promessas logo depois.
Além disso, os partidos políticos, cada vez mais, são vistos pelos eleitores como meras legendas. Não têm opinião e atitude próprias.
Limitam-se a cumprir a exigência partidária, deixando de lado, muitas vezes, suas convicções particulares.
Sem falar nessa mania de trocar de partido como se troca de roupa - uma atitude cada vez mais comum e condenável. Quem vota no partido e não exatamente na pessoa, sente-se traído, pois votou com a ilusão de que o candidato iria pautar-se pelo programa do partido.
É, mas a cidadania não se vinga. Continua votando nos mesmos candidatos, muitos deles já na 'tatarareeleição'.
Triste constatar que a explicação é simples: o eleitor descobriu que não há porque renovar, pois tudo se repete.
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09/27/2002
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