Debate político antecede votação de aumento dos pedágios



A aprovação por 29 favoráveis e 13 contrários do projeto do Executivo, que reajusta os pedágios nos sete pólos rodoviários do Estado e introduz modificações nos contratos que o Estado mantém com as empresas concessionárias não reflete o placar aparentemente tranqüilo favorável à aprovação da matéria. Um debate político intenso marcou todo o processo de votação. Deputados das bancadas de oposição acusaram o governo de pretender dividir o ônus dos aumentos dos pedágios com a Assembléia, argumentando ainda que “é uma grande enganação” a informação do governo de que negociou com as empresas um aumento menor nas tarifas, conforme denunciou o deputado Alexandre Postal (PMDB). Já o líder do governo, deputado Ivar Pavan (PT), sustentou que os pedágios constituem a “herança maldita” sempre negada pelos defensores do governo do PMDB, mas cuja conta terá que ser paga pela sociedade, muito embora o atual governo conseguiu amenizar seus efeitos pelas negociações feitas com as concessionárias. O líder da bancada do PMDB, deputado João Osório, cobrou do PT a falta de coragem para assumir o seu slogan de campanha “Britto é o pedágio, Olívio é o caminho”, lembrando que o atual governo, além de aumentar as tarifas, “criou a mão dupla de pagamento do pedágio”. O deputado Kalil Sehbe (PDT) disse que o atual governo precisa parar de procurar culpados, porque se tiver dúvida quanto aos contratos assinados por outros governos, deve questioná-los juridicamente. Explicou, também, que na medida em que o governo adota o pedágio na ida e na volta, “está regularizando os contratos existentes”. O deputado Francisco Appio (PPB) justificou seu voto contrário ao projeto, afirmando ser favorável às concessões das rodovias, mas contra os altos preços das tarifas, que considerou “intolerável para a população, especialmente para os caminhoneiros”. O líder da bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass, destacou que o novo contrato prevê mecanismos de fiscalização sobre os custos das obras e o repasse para as empresas de despesas que antes recaíam sobre o Estado, como operação de guinchos e ambulâncias e manutenção de trechos dos perímetros urbanos, que serão incluídos na concessão e passarão a ser mantidos pelas empresas.

11/21/2000


Artigos Relacionados


VOTAÇÃO/ALTERAÇÃO DO ICMS O mais longo debate político do ano

Debate sobre divulgação científica antecede exposição

Sessão em homenagem ao Dia do Vereador antecede debate sobre orçamento

Schneider lamenta aumento dos pedágios

Schneider lamenta aumento dos pedágios

Deputados votam hoje aumento para pedágios