Debate sobre ALCA e Mercosul reúne lideranças



O seminário Alca X Mercosul - a visão dos gaúchos promovido pela Comissão do Mercosul da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Luís Augusto Lara (PTB), da última quarta-feira (09/05) reuniu o vice-governador do Estado Miguel Rosseto, 15 deputados, cônsules de países do Mercosul, representantes da Fiergs, Federasul, Fecomércio, Sebrae, Banco do Brasil, Organização Latino Americana de Administração, Ministério das Relações Exteriores, OAB, Associações de produtores e CUT. O vice-governador parabenizou o parlamentar pela iniciativa de realizar este debate e afirmou que o Rio Grande do Sul deve ser protagonista neste tema. Rosseto destacou que a importância da Alca está reconhecida pelo Governo do Estado que constituiu uma comissão permanente para acompanhar e debater o processo. Ele destacou que o projeto Alca propõe de forma clara a construção de uma Zona de Livre Comércio, não havendo compromisso de formar uma comunidade, compartilhando problemas e formando estruturas democráticas supranacionais. Frederico Berhends, da Fiergs, explicou a ALCA, afirmando que será o maior bloco econômico jamais constituído, formado por 34 países, que juntos tem um PIB de mais de 12 trilhões de dólares. O diretor da Agrobusiness da Federasul, Antonio Sartori afirmou que o Itamaraty tem responsabilidade de defender os interesses do país e que a questão dos subsídios não podem ficar fora das discussões. "A agricultura norte americana só é competitiva com subsídios", afirmou. O vice governador disse que poucos Estados discutiram este tema "com tanta responsabilidade. Iniciativas como esta são motivo de orgulho", acrescentou, colocando a estrutura do governo à disposição para debater o tema. O deputado Lara informou que dia 24 de maio a Assembléia gaúcha será eleita para representar a União Parlamentar do Mercosul. O Presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiergs, Paulo Tigre, ressaltou que a federação tem procurado ampliar o conhecimento dos empresários já que a Alca é um processo irreversível. "Mercado internacional não tem bandeira ou ideologia." A importância de se defender os interesses brasileiro foi ressaltado pelo presidente do Instituto Latino Americano de Estudos Avançados, Paulo Vicentini. Questões de competitividade setorial foram levantadas pelos representantes da Farsul, Abi calçados, Asgav, setor metalúrgico e têxtil. O presidente da CUT Quintino Narques Severo demonstrou disposição de debater e se posicionou contrariamente à Alca. A deputada Maria do Rosário (PT) sugeriu que seja feito contato com o parlamento europeu. Já a deputada Jussara Cony (PC do B) indagou qual seriam os verdadeiros propósitos da Alca. O deputado Jair Foscarini (PMDB) parabenizou o presidente da Comissão e relatou que havia discutido o tema pela manhã, durante café com um grupo de parlamentares católicos. A importância de se debater o tema foi ressaltada pelo deputado Edson Portilho (PT). A cônsu-adjunta do Uruguai, Cristina Peragallo ressaltou que qualquer negociação deve ser feita em bloco. O deputado Luís Augusto Lara afirmou que no mundo globalizado não é inteligente desprezar as mudanças e sim administrá-las. O parlamentar e a Comissão irão ampliar e organizar um debate com os países do Mercosul reunindo representantes do Itamaraty, Câmara e Senado Federal e setores de educação, cultura, empresarial e trabalhadores. Lara também informou que a Comissão irá elaborar publicação baseada no debate realizado ontem. Participaram da reunião, além do presidente Luís Augusto Lara, os deputados Cecília Hipólito, Edson Portilho, Elvino Bohn Gass, Ivar Pavan, Maria do Rosário e Ronaldo Zulke, do PT; José Ivo Sartori e Alexandre Postal, do PMDB; Ciro Simoni, Adroaldo Loureiro, do PDT; Germano Bonow, do PFL; Bernardo de Souza , do PPS; Frederico Antunes e Marco Peixoto, do PPB.

05/09/2001


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