Decisão do BC protege investidor, diz Malan em audiência na CAE sobre fundos de investimento



A decisão do Banco Central no último dia 31 de maio, pela qual a contabilidade das operações em carteiras dos títulos públicos federais deve ser feita levando-se em conta todos os fatores de mercado na cotação dos papéis, foi uma iniciativa que teve como objetivo básico evitar prejuízos para os pequenos investidores, disse, nesta terça-feira (25), o ministro da Fazenda, Pedro Malan, durante exposição que fez na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Segundo o ministro, a medida somente não foi adotada antes - como previa portaria do Conselho Monetário Nacional (CMN), datada de 1995 - porque não havia grandes flutuações no mercado e nem deságios nos títulos públicos, que vinham operando num sistema de liquidez imediata.

Entretanto, a partir das incertezas surgidas no cenário internacional e com as variações atribuídas por agências especializadas ao chamado risco Brasil, fez-se necessário, para o ministro da Fazenda, uma atitude mais firme por parte do Banco Central na exigência da marcação de mercado.

Ao abordar especificamente esse tema - a forma correta de contabilização dos títulos públicos pelos fundos de investimento e pelas carteiras das instituições bancárias - o diretor de Normas e Organização do Banco Central, Sérgio Darcy, que compareceu à audiência pública da CAE representando o presidente daquela instituição, Armínio Fraga, que se encontra em Londres, disse que as modificações promovidas nas regras de marcação de mercado tiveram como objetivo dar mais segurança aos investidores e transparência nas operações de mercado com títulos públicos. Quis ainda o BC que as instituições financeiras separassem as operações de suas próprias carteiras, daquelas feitas a partir dos fundos por elas administrados.

A aplicação das normas de marcação de mercado, de modo a demonstrar o que vinha se passando, de fato, com cada título da dívida pública negociado ou mantido em carteira, segundo Sérgio Darcy, não era relevante há alguns meses, quando não havia deságios e nem volatilidade nesse segmento do mercado.

Com o início de um período de turbulência, contudo, a não marcação de mercado para os títulos públicos passou a retratar uma situação de patrimônio líquido global dos fundos fora da realidade. Diante disso, o Banco Central se apressou em impor a marcação de mercado, como determina o CMN e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para todos, evitando uma situação confusa onde algumas instituições faziam a marcação, outras não, o que acabava beneficiando os investidores mais bem informados em detrimento de outros, acrescentou.




25/06/2002

Agência Senado


Artigos Relacionados


CAE ouve Fraga e Malan sobre fundos de investimentos

Investidor pode sacar recursos de fundo de investimento criado há mais de 40 anos

CDR acolhe projeto que protege patrimônio dos fundos constitucionais

Malan participará de audiência sobre programa de fortalecimento dos bancos oficiais

AUDIÊNCIA PÚBLICA DEBATERÁ MP SOBRE FUNDOS CONSTITUCIONAIS

Pedro Malan pode explicar ao Senado crise dos fundos