Deficientes visuais do Pará ganham obras em braile do Senado



O presidente da Associação de Cegos do Pará (Acepa), Antônio Carlos Jr., recebeu nesta quinta-feira (19), no estande do Senado na VI Feira Panamazônica do Livro, exemplares de livros publicados em braile pela Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal. Foram entregues os livros com os textos integrais da Constituição de 1988 (em dois volumes), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, do Estatuto da Criança e do Adolescente, do Código de Proteção e Defesa do Consumidor, da Lei de Doação de Órgãos e da Cartilha do Consumidor.

Antônio Carlos destacou a importância de receber livros em braile, já que não existem muitas editoras no país que editam livros na linguagem especial para os deficientes visuais.

- Calculamos que 0,8% da população paraense tenha cegueira total ou parcial que impeça a leitura, o que significa um total de 40 mil pessoas. Sem as obras do Senado a Feira Panamazônica do Livro não teria nada a nos oferecer - afirma Antônio Carlos.

De acordo com o presidente da Acepa, as publicações chegaram em bom tempo, já que a entidade está compondo uma biblioteca especializada nos direitos dos portadores de deficiência visual. Acompanhado do diretor de Relações Públicas da Acepa, Mariano Sousa da Silva, e do conselheiro fiscal da entidade, João Câncio Leal Jr, Antônio Carlos destacou ainda que, por ter um caráter reivindicatório, a Acepa precisa conhecer seus direitos e as leis.

- Com a iniciativa de publicar obras em braile, o Senado ajuda na inclusão dessa parcela da população à sociedade, permitindo o acesso à cidadania. Em um evento como a Feira Panamazônica, caso o Senado não oferecesse os livros em braile, os deficientes visuais não teriam nada à sua disposição - afirmou Antônio Augusto Cunha, que representou a Comissão das Feiras de Livro na entrega das publicações, em substituição ao senador Fernando Ribeiro (PMDB-PA), que não pôde comparecer ao evento.

Além dos títulos entregues aos deficientes visuais do Pará, o Senado já editou cerca de 20 outros títulos desde agosto de 1998, quando foi lançada a primeira tiragem de 500 exemplares da Constituição federal.

Exposição

A exposição de documentos históricos também continua a chamar a atenção dos visitantes nos primeiros dias da Feira Panamazônica do Livro. Especialmente para o Pará, o representante da Subsecretaria de Arquivo na Comissão de Feiras do Livro, Carlos Eduardo Ábrego, selecionou documentos que tenham interesse direto para a Região Amazônica.

Assim, além dos documentos que tradicionalmente são expostos no estande do Senado, como a carta de renúncia dos ex-presidentes Fernando Collor e Jânio Quadros, Ábrego incluiu o projeto do Senado Federal que incorporou ao estado do Amazonas o território onde hoje é o estado do Acre, adquirido pelo Brasil, por força do Tratado de Petrópolis, em 1905 e o projeto que criou o Plano de Valorização Econômica da Amazônia, criando a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.

- Procuramos trazer documentos que possam despertar a atenção do público, pelo seu conhecimento e por, de alguma forma, terem forte impacto na história do Brasil e da região. Pelo que percebemos, esse critério está servindo para atrair os visitantes e até mesmo a mídia para o nosso estande. Depois que a pessoa já está no estande, é possível mostrar para ela tudo o que a instituição faz e oferece à população - afirma Ábrego.



20/09/2002

Agência Senado


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